E ao sexto dia Wall Street caiu. Atas da Fed sem surpresas
Os principais índices em Wall Street encerraram em baixa, numa altura em que os investidores avaliam as atas da última reunião da Reserva Federal norte-americana, que apontam para a continuidade de uma política monetária "restritiva".
O facto de o índice de referência mundial, S&P 500, ter atingido níveis de "overbought", poderá também estar a levar a uma correção.
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O S&P 500, referência para a região, recuou 0,2% para 4.538,19 pontos, o industrial Dow Jones cedeu 0,18% para 35.088,29 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite perdeu 0,59% para 14.199,98 pontos.
Os membros do FOMC (sigla inglesa para Comité Federal do Mercado Aberto) optaram por realizar uma abordagem cautelosa a novas subidas das taxas de juro no futuro. Os responsáveis afirmaram ainda que só voltariam a subir os juros diretores, caso os dados mostrassem pouco progresso na luta contra a inflação.
Os mercados aguardavam alguma clarificação sobre a necessidade de um novo aperto da política monetária, dada a inconsistência de Powell nesta matéria, mas "não houve surpresas", resumiu à Reuters Gene Goldman, "chief investment officer" da Cetera Investment.
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Entre os movimentos de mercado o retalho foi um dos setores que mais pesou na sessão. A Lowe's desceu 3,12%, depois de ter reduzido as perspetivas de vendas para o total de 2023. Por sua vez, a Best Buy recuou 0,73% após ter falhado as perspetivas em termos de receitas e ter também reduzido o "outlook" para o acumulado do ano. Já a American Eagle mergulhou 15,8%, depois de ter revelado um "guidance" para os lucros operacionais para 2023 abaixo do esperado.
Após o fecho as atenções viram-se para os resultados do terceiro trimestre fiscal da Nvidia, a última das "magnificent seven" a apresentar contas.
A fabricante de "chips", que sobe 248,89% desde o início do ano e regista assim a melhor prestação anual entre os seus pares, atingiu ontem máximos históricos, ao valorizar 2,28% para 504,2 dólares. Esta terça-feira a tecnológica cedeu 0,92% para 499,44 dólares.
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Segundo dados do Goldman Sachs, a que a Bloomberg teve acesso, os fundos de investimento nunca estiveram tão investidos em ações nos últimos 22 anos. Estes números pintam um cenário em que o mercado está a voltar a ganhar entusiasmo por ações tecnológicas estáveis e lucrativas, à medida que a economia vai enfraquecendo.
"A 'timidez' de hoje no mercado é o resultado de um mercado em sobrecompra ['overbought'] no curto prazo, ao invés de um mercado que acredita que não está a interpretar bem a Fed", explicou à Bloomberg Quincy Krosby da LPL Financial.
"O mercado continua a acreditar que a Fed já terminou [o ciclo de subida de juros] e que a economia vai requerer apoio de cortes de juros em 2024, independentemente da retórica da Fed", completou.
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As ações norte-americanas têm "muito mais potencial de alta", dado que se aproximam de patamares técnicos decisivos, resumiu o estratega Stephen Suttmeier do Bank of America à Bloomberg.
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