Tensões no Médio Oriente e actas da Fed abalam Wall Street

As bolsas norte-americanas encerraram em baixa, pressionadas pelo crescer de tensões em relação à Síria, depois de Trump ter ameaçado com uma acção militar contra o regime de Assad após o ataque com armas químicas do passado sábado. As actas da última reunião da Fed, que dão conta de um fortalecimento da economia e subida da inflação, também penalizaram, já que se intensificaram os receios de que o banco central norte-americano reforce o ritmo de subida dos juros.
Carla Pedro 11 de Abril de 2018 às 21:03

O escalar de tensões no Médio Oriente manteve hoje os mercados em clima de nervosismo, depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter avisado a Rússia que lançará mísseis contra a Síria e que Moscovo não deve interceptá-los.

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A posição dos EUA é uma retaliação contra o ataque com armas químicas aparentemente levado a cabo no passado sábado pelas forças leais ao regime sírio de Bashar al-Assad.

 

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Também o Reino Unido se prepara para decidir uma acção militar contra a Síria, avançou a BBC News.

 

A coroar os receios dos investidores esteve, ao final do dia, a divulgação das actas da última reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos, que ocorreu a 20 e 21 de Março, uma vez que todos os responsáveis da Fed foram da opinião que a economia continuará a crescer e que a inflação também subirá nos próximos meses, a caminho da meta de 2% visada pelo banco central.

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Nas actas é sublinhada a robustez da economia dos EUA nos últimos meses e antecipa-se que o reforço da confiança dos consumidores deverá reaproximar a taxa de inflação do objectivo dos 2%, o que dá mais força à ideia de que o ritmo de normalização da política monetária poderá ser acelerado – podendo haver quatro subidas de juros este ano, em vez dos três inicialmente projectados.

 

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Com estas notícias, os investidores assumiram posições mais prudentes. Assim, aliviados os receios em torno das tensões comerciais EUA-China, os investidores têm agora novas fontes de instabilidade a ter em conta, o que os afasta dos mercados accionistas e os faz preferir activos de menor risco, como o ouro, o iene e a dívida norte-americana.

 

O Dow Jones encerrou a sessão a cair 0,90% para 24.189,52 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 0,55% para 2.642,18 pontos.

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Por seu turno, o Nasdaq Composite fechou a perder 0,36% para 7.069,03 pontos.

 

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Os títulos petrolíferos destacaram-se pelo lado positivo, num dia em que as cotações do crude voltaram a subir, mas o bom desempenho das cotadas da energia não foi suficiente para colocar Wall Street no verde.

Os investidores começam também a focar as suas atenções na época de divulgação dos resultados do primeiro trimestre das grandes cotadas norte-americanas, que arranca esta semana. Os primeiros a apresentar as suas contas serão os bancos, com destaque para JPMorgan, Citigroup e Wells Fargo esta sexta-feira.

 

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Amanhã serão divulgadas as contas da Toys R’ Us, que no mês passado anunciou que irá encerrar todas as lojas nos EUA e que uns dias depois entrou também com um pedido de insolvência na Península Ibérica para a sociedade que detém os imóveis onde estão instaladas as lojas em Portugal e Espanha.

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