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Fed eclipsa preocupações com IA e deixa Wall Street no verde

As preocupações em torno da sustentabilidade do "rally" de IA ainda pressionaram Wall Street, com a Microsoft à cabeça, mas rapidamente foram abafadas pelo otimismo em torno de um novo corte nas taxas de juro.

Wall Street
Wall Street AP/Yuki Iwamura
21:16

Os principais índices norte-americanos encerraram a sessão desta quarta-feira em alta, num dia em que as perspetivas de um corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) na próxima semana eclipsaram os receios em torno da sustentabilidade do "rally" das ações de inteligência artificial (IA), trazidos à tona por um artigo do jornal The Information sobre a Microsoft. 

O S&P 500 encerrou a sessão com ganhos de 0,30% para 6.849,72 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite acelerou 0,17% para 23.454,09 pontos e o industrial Dow Jones valorizou 0,86% para 47.882,90 pontos. Os três principais índices norte-americanos já tinham terminado a negociação do dia anterior em alta, depois de terem estreado dezembro, um mês tipicamente positivo para as ações, no vermelho - pressionados por uma aversão ao risco dos investidores que os levou a fugir das cripto e a procurar refúgio nas obrigações. 

O "shutdown" mais longo da história dos EUA deixou os investidores a navegar às escuras durante vários meses, dificultando qualquer previsão dos próximos movimentos da Fed. No entanto, agora, o caminho começa a iluminar-se com o lançamento de vários dados adiados ao longo da paralisação e uma série de indicadores publicados pelo setor privado - como o índice de gestores de compra, que apontou para uma estagnação do setor dos serviços em novembro. 

Os investidores estiveram ainda a reagir a um novo relatório da empresa de processamento de salários ADP, que indica que a criação de emprego no mês passado caiu de forma inesperada nos EUA. Esta nova leva de dados reforça a narrativa a favor de um corte nas taxas de juro já na reunião da próxima semana, numa altura em que os investidores avaliam o que o banco central fará com a política monetária em 2026. 

"Para os participantes do mercado, pelo menos, a Reserva Federal terá munições para abandonar o tom agressivo que vimos há algumas semanas e inclinar-se para uma postura mais moderada, face ao que parecem ser dados de emprego dececionantes", explica Keith Buchanan, gestor de carteiras da Globalt Investments, à Reuters.

A Microsoft caiu 2,50% para 477,73 dólares, tendo chegar a ceder mais de 3%, depois de o The Information ter noticiado que a tecnológica cortou as metas de crescimento nas vendas de produtos com IA, depois de vários funcionários da empresa terem falhado em atingir certas quotas. A informação foi, prontamente, negada pela cotada, o que a ajudou a reduzir as perdas. 

Entre as principais movimentações de mercado, a Microchip Technology acelerou 12,17% para 63,61 dólares, depois de a fabricante de semicondutores ter revisto em alta as perspetivas de lucro para o seu terceiro trimestre fiscal. A empresa espera conseguir um resultado líquido por ação de 0,40 dólares e atingir vendas de 1,11 mil milhões nesse período de três meses. 

Já a Marvell Technology saltou 7,87% para 100,20 dólares, após a fabricante de "chips" ter anunciado que vai adquirir a startup Celestial AI, num negócio em torno dos 3,25 mil milhões. Já a American Eagle Outfitters disparou 15,07% para 23,97 dólares, depois de ter revisto em alta as suas perspetivas para o resto do ano, antecipando agora um crescimento das vendas comparáveis entre os 8 e os 9% - contra as anteriores expectativas de 1% a 2%. Os resultados da empresa devem ser impulsionados pela época festiva, mas também por campanhas polémicas como o anúncio com a atriz Sydney Sweeney.

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