"Internalização de custos da Mercadona é alerta para retalho", diz CaixaBank/BPI

A Mercadona anunciou que vai internalizar a subida dos custos de produção, pelo menos em parte, lançando um alerta sobre todo o retalho. Jerónimo Martins está ainda pressionada pela inflação na Polónia.
familias consumo supermercado
António Pugliese
Fábio Carvalho da Silva 16 de Março de 2022 às 13:29

A inflação promete continuar a ser a uma ameaça à operação da Jerónimo Martins tanto em território ibérico, como pela exposição da cadeia de supermercados ao mercado polaco. A conclusão é dos analistas do CaixaBank/BPI que na última nota de "research" publicada esta quarta-feira, sublinham que o facto de a Mercadona "ter decidido internalizar parte da subida dos custos deve ser encarado como um sinal de alerta pela restante indústria".

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Já no que toca à operação na Polónia, os analistas alertam que "as subidas dos preços da energia e das matérias-primas em geral, conjugadas coma invasão da Ucrânia vão continuar a pressionar a inflação", ainda que em fevereiro, o índice de preços no consumidor a 12 meses tenha caído para 8,5% (contra os 9,2% contabilizados em janeiro).

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Como lembra o banco de investimento, "um pano de fundo de inflação alta é positivo para os retalhistas de produtos alimentares, mas os elevados níveis de inflação podem também implicar margens e volumes mais baixos". De acordo com as contas do CaixaBank/BPI a Polónia é responsável por 87% do valor empresarial da Jerónimo Martins.

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No comunicado de apresentação de resultados de 2021, a retalhista já tinha sublinhado que "o rápido aumento da inflação dos produtos alimentares, da energia e dos transportes, é intensificado pelo conflito militar e por crescentes limitações sentidas nas cadeias de abastecimento internacionais", ao qual se junta "uma visível depreciação das moedas da Europa de Leste, nomeadamente do zloty".

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"Num contexto de maior inflação alimentar, a competitividade de preço e a criação de oportunidades de poupança para o consumidor através da atividade promocional tornam-se ainda mais críticas na agenda de todas as companhias", defendeu o grupo.

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Dada a proximidade da Polónia à Ucrânia, a Jerónimo Martins garantiu ainda que "a Biedronka está consciente das dificuldades acrescidas de gerir o equilíbrio entre o crescimento das vendas e a proteção da rentabilidade".

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Apesar deste alerta, o grupo ibérico mantém o preço-alvo da companhia em 19,90 euros, apontando para um potencial de valorização de 2,15% e ficando ligeiramente abaixo do consenso de mercado que fixa o "target" em 20,85 euros. A recomendação mantém-se em "neutral".

 

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Das 28 casas de investimento que cobrem o desempenho em bolsa da empresa liderada por Pedro Soares dos Santos, 11 recomendam "comprar", 15 "manter" e apenas duas "vender".

 

Esta sexta-feira, as ações da retalhista seguem a somar 0,26% para 19,535 euros por título. Desde o início do ano, a companhia já perdeu 2,81% em bolsa.

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Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consulta a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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