Empresa de Trump prepara-se para criar reserva de 6,3 mil milhões de dólares em criptoativos
A reserva vai consistir na cronos, a 23.ª criptomoeda mais valiosa do mundo. É mais um projeto do Presidente dos EUA no mundo dos ativos digitais, que tem vindo a crescer substancialmente desde que Trump assumiu as rédeas do país.
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Donald Trump está investido em continuar a expandir o seu império cripto. Esta terça-feira, a Trump Media & Technology Group - a empresa de media do Presidente dos EUA - e a Crypto.com chegaram a acordo com a Yorkville Acquisition para criar uma empresa focada na compra e manutenção de cronos (a 23.º maior criptomoeda em termos de capitalização de mercado do mundo). De acordo com um comunicado enviado ao regulador norte-americano, a empresa contará com um investimento inicial de 6,3 mil milhões de dólares e vai cotar no Nasdaq.
A Crypto.com vai transferir 684,4 milhões de cronos para a Trump Media, avaliados, na altura em que o comunicado foi divulgado, em 105 milhões de dólares. Em reação a esta notícia, a criptomoeda chegou a disparar mais de 30%, estando neste momento a negociar em 0,2035 dólares - o que eleva o valor da futura reserva para aproximadamente 139,3 milhões de dólares. Como moeda de troca, a empresa detida por Trump vai dar 2,8 milhões de ações à plataforma de serviços com criptoativos, além de 50 milhões de dólares em dinheiro.
A cronos é a critpomoeda nativa da rede em "blockchain" do mesmo nome, que, por sua vez, é operada pela Crypto.com. A relação entre Trump e a empresa data, pelo menos, desde o ano passado, quando o CEO da plataforma, Kris Marszalek, foi um dos primeiros nomes do setor a visitar o Presidente norte-americano em Mar-a-Lago, após a sua vitória nas eleições presidenciais contra Kamala Harris. A visita foi acompanhada de um cheque de um milhão de dólares para o comité da inauguração do líder dos EUA.
A empresa vai ser denominada Trump Media Group CRO Strategy, numa alusão à norte-americana Strategy de Michael Saylor - pioneiro na estratégia de transformar um negócio numa reserva de criptomoedas para valorizar em bolsa. Esta estratégia tem vindo a ser adotada por uma série de empresas que querem replicar o sucesso da "arca de bitcoin", uma lista que inclui nomes como a GameStop, a Tesla e até mesmo a Trump Media - que já detém 15 mil bitcoins, avaliadas, neste momento, em cerca de 1,66 mil milhões de dólares.
Esta também não é a primeira parceria entre o grupo de media do Presidente norte-americano e a Crypto.com. As duas já colaboraram várias vezes no lançamento de uma série de fundos negociados em bolsa (ETF, na sigla anglo-saxônica) ligados a ativos digitais. Em reação à notícia, a Trump Media está a disparar 5,49% para 18,16 dólares por ação, enquanto a Yorkville Acquisition, que arrancou a sessão no verde, está neste momento a recuar 2,25% em bolsa.
Entre ETF, "meme coins" e "non-fungible tokens" (NFT), Donald Trump e a sua família estão a explorar todos os cantos da indústria cripto. A maior partes dos investimentos são feitos através dos seus filhos – uma forma do Presidente dos EUA se escudar contra acusações de conflitos de interesse -, e, em abril, a Bloomberg já avaliava este império em mil milhões de dólares.
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