As ações da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk estão a negociar em alta depois de a empresa ter anunciado resultados promissores para o seu novo comprimido para a perda de peso, agora testado num ensaio clínico.

Numa altura em que a empresa liderada por Mike Doustdar se esforça para ganhar o terreno que tem vindo a perder para a concorrente norte-americana Eli Lilly, sabe-se que a nova versão em comprimido do Wegovy terá alcançado resultados semelhantes ao medicamento com o mesmo nome e que até agora é comercializado em forma de injeção.

Um estudo da produtora do Ozempic, citado pelo Financial Times, refere que os pacientes que tomaram Wegovy na forma de comprimido perderam 16,6% do seu peso durante um ensaio clínico de fase 3 com duração de 64 semanas. O valor fica pouco abaixo dos 17% que os pacientes que tomaram a injeção perderam, em média, num estudo anterior. Um em cada três participantes que tomou o comprimido no ensaio clínico agora realizado perdeu 20% do peso corporal.

Ludovic Helfgott, vice-presidente executivo de estratégia de produtos e poretfólio da Novo Nordisk, disse que é a primeira vez que um medicamento oral para a perda de peso apresenta resultados tão semelhantes a um injetável, cita o jornal britânico.

Helfgott acrescentou que a empresa está “cada vez mais convencida da importância de um medicamento oral”.

As ações da Novo Nordisk estavam a subir mais de 6% pelas 12:30h. Desde o início do ano, altura em que ainda era a empresa com maior capitalização bolsista do Velho Continente, que as ações da dinamarquesa já perderam mais de 40%. Depois de um ano atribulado, marcado pela saída do anterior diretor-executivo Lars Jorgensen, em maio, que a produtora do Ozempic tem sido capaz de ganhar algum terreno. Conta agora com um valor em bolsa de cerca de 238 mil milhões de euros.

Caso este comprimido para a obesidade entre em circulação, poderá ajudar a gigante dinamarquesa – que perdeu recentemente o título de cotada mais valiosa da Europa - a recuperar quota de mercado, nomeadamente nos Estados Unidos (EUA). A decisão sobre a aprovação do medicamento pela agência que regula o setor do lado de lá do Atlântico, a Food and Drug Administration (FDA), está prevista para o quarto trimestre deste ano.

Ao mesmo tempo, também a principal rival da Novo, a norte-americana Eli Lilly, está a produzir um comprimido para a perda de peso. Ainda assim, estará mais atrasada no processo, com analistas citados pelo FT a esperarem uma decisão dos reguladores norte-americanos apenas durante o proximo ano.