Pela primeira vez em 15 anos vai haver um corte global na produção de petróleo
Os países que não integram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) chegaram este sábado a acordo para reduzirem a produção de petróleo, uma inciativa que deverá resultar numa pressão adicional para a subida dos preços da matéria-prima nos mercados internacionais.
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Segundo o Wall Street Journal, o acordo alcançado este sábado vai retirar do mercado mais 600 mil barris de petróleo por dia. O que somado aos 1,2 milhões de barris que os países da OPEP vão eliminar, representa cerca de 2% da oferta total.
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Se for cumprido, este acordo traduz uma cooperação sem precendentes por parte dos países produtores de petróleo para equilibrar o mercado, que há dois anos sofre de excesso de oferta. Uma situação que conduziu os preços do petróleo para mínimos de vários anos e deprimiu as economistas destes países.
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A concretizar-se, este será o primeiro corte global de produção em 15 anos. Entre países dentro e fora da OPEP, será concretizado por 25 países, de acordo com o ministro da Venezuela.
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A OPEP temia que o corte de 1,2 milhões de barris perdesse eficácia caso os países que não integram o cartel mantivessem os níveis de produção em máximos. A pressão surtiu efeito e os produtores não-OPEP selaram o acordo para cortar produção em Viana, precisamente na sede do cartel.
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Apesar do acordo, não são ainda conhecidos os detalhes do mesmo, nomeadamente quanto vai cortar cada país, por quanto tempo e quais as estatísticas que serão utilizadas para avaliar se os cortes estão a ser cumpridos. Nem é certo se esta meta de corte inclui a redução natural, por parte de países como o México, ou se é mesmo uma descida efectiva e deliberada.
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O peso da OPEP na produção mundial tem vindo a diminuir nos últimos anos e situa-se actualmente abaixo dos 40 milhões de barris por dia, longe dos quase 60 milhões dos restantes países.
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A Rússia, que é um dos países fora da OPEP com maiores volumes de produção, já tinha feito saber que estava disponível para reduzir a produção em 300 mil barris por dia, sendo que mês passado atingiu um recorde de 11,2 milhões de barris por dia. O Casaquistão, que parecia irredutível em aumentar a produção, terá também concordado em reduzir.
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Os preços da matéria-prima têm evoluido em alta nas últimas sessões, perante esta expectativa de descida da oferta. O Brent, negociado em Londres, transaccionou sexta-feira acima dos 54 dólares por barril, enquanto o WTI, em Nova Iorque, fechou acima dos 51 dólares. Desde que a OPEP anunciou o acordo, há duas semanas, os preços subiram cerca de 15%.
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