Europa sem rumo definido à espera de acordo comercial entre EUA e China
Europa sem rumo definido à espera de acordo comercial entre EUA e China
Itália escapa a agravamento de juros da dívida na Zona Euro
Euro toca máximos históricos face ao iene
Ouro recua 1% com princípio de acordo entre Washington e Pequim
Petróleo avança pelo quarto dia em cinco com desanuviar de tensões entre EUA e China
Ações asiáticas em máximos históricos com acordo comercial "preliminar" entre China e EUA
Euribor sobe a três, a seis e a 12 meses
A taxa Euribor subiu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a sexta-feira, numa semana em que o interesse dos investidores se concentra na reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,084%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,124%) e a 12 meses (2,175%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje, ao ser fixada em 2,124%, mais 0,020 pontos do que na sexta-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto indicam que a Euribor a seis meses representava 38,13% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 31,95% e 25,45%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou, ao ser fixada em 2,175%, mais 0,016 pontos do que na sessão anterior.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses avançou para 2,084%, mais 0,012 pontos do que na sexta-feira.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 29 e 30 de outubro em Florença, Itália, e os investidores estão a antecipar mais uma manutenção das taxas diretoras.
Na anterior reunião, em 11 de setembro, o BCE manteve as taxas diretoras, pela segunda reunião de política monetária consecutiva, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
Em setembro, as médias mensais da Euribor subiram de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em setembro subiu 0,006 pontos para 2,027% a três meses e 0,018 pontos para 2,102% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em setembro, designadamente 0,058 pontos para 2,172%.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa sem rumo definido à espera de acordo comercial entre EUA e China
As bolsas europeias estão a negociar sem rumo definido esta segunda-feira, numa altura em que os investidores estão a incorporar o anúncio do acordo comercial preliminar entre os EUA e a China. Além disso, os dois grandes bancos centrais - Banco Central Europeu e Reserva Federal - anunciam novas decisões para a política monetária europeia e norte-americana, respetivamente. Não se prevê alterações nas taxas de juro do BCE, mas tudo aponta para um corte de 25 pontos-base nos juros federais dos EUA.
Esta quinta-feira, Donald Trump e Xi Jinping reúnem-se na Coreia do Sul e o mercado espera mesmo que o acordo comercial fique finalizado. Os líderes das duas maiores economias do mundo devem discutir tarifas alfandegárias e a compra de soja da China aos EUA.
"Os EUA e a China estão a aproximar-se de um acordo comercial, o que também será bom para as empresas industriais e de semicondutores europeias", afirmou Joachim Klement, estratega da Panmure Liberum, à Bloomberg.
Neste contexto, o Stoxx 600 sobe modestos 0,07% para 576,16 pontos, impulsionado sobretudo pelo setor tecnológico, que avança 1,4% esta manhã. Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX sobe 0,17%, o espanhol IBEX 35 soma 0,37%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,62% e o neerlandês AEX soma 0,65%. Em contraciclo, o francês CAC-40 está inalterado, enquanto o britânico FTSE 100 perde 0,05%. Na passada sexta-feira, a Moody's reduziu a perspetiva da dívida francesa para negativa, antes da votação de uma proposta socialista de imposto sobre a riqueza, que ameaça derrubar o governo minoritário do primeiro-ministro, Sébastien Lecornu.
Entre os principais movimentos empresariais, o HSBC Holdings cai 1%, uma vez que a empresa terá de reservar 1,1 mil milhões de dólares para cobrir litígios por parte de investidores que perderam dinheiro com a fraude de Bernard Madoff.
A Porsche sobe 1,27% depois de, na sexta-feira, ter reportado um prejuízo operacional menor do que o antecipado pelo mercado.
A Sydbank soma 5,5% após ter concordado com um acordo de fusão com o Vestjysk - que dispara 33% - e o Arbejdernes Landsbank.
Itália escapa a agravamento de juros da dívida na Zona Euro
Os juros da dívida dos países da Zona Euro estão a registar ligeiros agravamentos na primeira sessão da semana, enquanto os investidores reagem pela primeira vez às notícias de que os EUA e a China conseguiram chegar a um acordo comercial "preliminar" este fim de semana.
Os juros da dívida soberana portuguesa a dez anos sobem 0,5 pontos-base para 3,008%, enquanto os do país vizinho agravam-se em 0,3 pontos para 3,160%.
Já os juros das "Bunds" alemãs também a dez anos e que servem de referência para a Zona Euro, somam 0,6 pontos-base para 2,631%. Esta segunda-feira são conhecidas novas leituras sobre a economia alemã, divulgadas pelo instituto Ifo, depois dos alertas do seu presidente no domingo. O barómetro, através de vários índices, mede as expectativas futuras, a avaliação atual e o clima das empresas da maior economia da Zona Euro referentes a outubro e é seguido atentamente pelos investidores.
Em França, a "yield" da dívida sobe 0,2 pontos-base para 3,433%, depois de na noite de sexta-feira a Moody's ter cortado a perspetiva do "rating" do país de estável para negativo. Em Itália, a tendência é oposta, com a rendibilidade da dívida a cair 0,3 pontos-base para 3,410%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas seguem a tendência da maioria dos países do bloco do euro e agravam-se um ponto-base para uma taxa de 4,440%.
Euro toca máximos históricos face ao iene
A perspetiva de que o Banco de Japão mantenha as taxas diretoras está a castigar a moeda nipónica, que tocou mínimos históricos face à moeda única europeia e ao franco suíço, perdendo igualmente em relação ao dólar.
O euro segue estável perante a rival norte-americana, com uma variação de apenas 0,01%, para os 1,1627 dólares, e ganha 0,02% em relação à divisa japonesa, para os 177,81 ienes. Antes, a moeda única europeia tocou um máximo histórico nos 178,13 ienes.
O franco suíço também alcançou um valor inédito perante a moeda nipónica ao cotar nos 192,27 ienes, enquanto o dólar tocou máximos de duas semanas perante o iene.
Ações asiáticas em máximos históricos com acordo comercial "preliminar" entre China e EUA
O acordo comercial entre China e os EUA, ainda que "preliminar" está a colocar as ações mundiais de volta ao "rally". Esta segunda-feira, o MSCI que agrega este índice chegou a subir 0,3% para 4.378,45 pontos, o nível mais elevado de sempre. A primeira reação ao acordo entre as duas maiores economias do mundo surge no continente asiático, com as bolsas japonesas, chinesas e sul-coreanas a negociar em recordes.
A China anunciou no domingo ter chegado a um "acordo preliminar" com os EUA nas negociações comerciais, após dois dias de conversações na capital da Malásia. Scott Bessent, o secretário do Tesouro norte-americano, disse que o país asiático considera adiar restrições à exportação de terras raras após o acordo, o que poderá resultar no desanuviamento das tensões geopolíticas que têm afetados mercados.
Os investidores aguardam agora pelo encontro entre os líderes dos dois países, Donald Trump e Xi Jinping, esta quinta-feira, na esperança de que o acordo iniciado este fim-de-semana possa ser limado e finalizado. Com o alívio das tensões comerciais e da incerteza, o apetite pelo risco está de volta.
No Japão, a bolsa de Tóquio encaminha-se para fechar o melhor mês em 30 anos. Esta segunda-feira, o Topix subia quase 2% para 3.328,93 pontos, enquanto o Nikkei 225 chegou a disparar quase 3% para 50.549,60 pontos - ambos em recordes e a primeira vez que o Nikkei passa os 50 mil pontos. Na China, o Shangai Composite soma 1,18% para 3.999,07 pontos, um novo máximo histórico. Já o Hang Seng, em Hong Kong, sobe 1% para 26.427,96 pontos. Na Coreia do Sul, o Kospi ganha 2,57% para o maior nível de sempre, nos 4.042,83 pontos.
"Os investidores vão querer ver a confirmação de que o acordo comercial se mantém e que os sinais de estímulo e reforma da China se traduzem num impulso de crescimento tangível", disse Charu Chanana, estratega de investimentos da Saxo, à Reuters.
Na Europa, os futuros do Euro Stoxx 50 sobem 0,5%. O foco dos investidores esta semana estará também nas reuniões dos bancos centrais do Japão, Canadá, Europa e EUA. Enquanto o Banco Central Europeu e o Banco do Japão deverão manter os juros inalterados, tudo aponta para que a Reserva Federal corte a taxa em 25 pontos-base.
Além disso, o momento mais movimentado da "earnings season" está a chegar nos EUA, com resultados trimestrais das "megacaps" Microsoft, Apple, Alphabet, Amazon e Meta a chegarem esta semana - contas estas que deverão ditar o sentimento do mercado, sobretudo do setor tecnológico.
Ouro recua 1% com princípio de acordo entre Washington e Pequim
O alívio das tensão entre os EUA e a China e a valorização do dólar, que tocou máximos de duas semanas face ao iene, está a castigar o preço dos metais preciosos, com o ouro a ceder 1,01%, para os 4.071,31 dólares por onça. O metal amarelo está a perder a atratividade como ativo-refúgio.
"O potencial acordo entre os EUA e a China surgiu inesperadamente e foi uma surpresa positiva para os mercados em geral. Obviamente, que o lado inverso é que estes desenvolvimentes são negativos para o ouro", refere Kyle Rodda, analista da Capital.com, em declarações à Reuters.
Ainda assim, o analista sublinha que grande parte do suporte para o preço do ouro vem das perspetivas de uma alívio nas políticas monetárias, em particular nos EUA, o que, caso se mantenha, deverá manter o metal precioso numa tendência ascendente.
O preço da prata também segue em queda, com a onça do metal a recuar 0,87%, para os 48,216 dólares por onça. Já a platina avança 0,82%, até aos 1.622,89 dólares por onça, e o paládio sobe 1,75%, negociando nos 1.447,61 dólares por onça.
Petróleo avança pelo quarto dia em cinco com desanuviar de tensões entre EUA e China
Os preços do crude nos mercados internacionais negoceia em alta esta segunda-feira, com o barril de Brent - referência para a Europa - a registar a quarta sessão das últimas cinco em terreno positivo. A crescente expectativa de que Pequim e Washington cheguem a um acordo que impeça a escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais está a animar os investidores.
O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em dezembro avança 0,3%, até aos 66,12 dólares.
No mercado nova-iorquino, os contratos de dezembro do West Texas Intermediate (WTI) sobem 0,26%, para os 61,66 dólares por barril.
A Haitong Securities assinala, numa nota aos seus clientes citada pela Reuters, que as expectativas do mercado melhoraram após novas sanções contra a Rússia e o alívio nas tensões entre Washington e Pequim.
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