O presidente do instituto alemão Ifo, Clemens Fuest, alertou para a situação económica do país, que depois passar por dois anos consecutivos de recessão em 2023 e 2024, poderá ver-se confrontada com um período sem crescimento.

"Milhões de cidadãos já estão a ver o seu nível de vida declinar", disse Fuest em entrevista publicada na edição de hoje do diário Bild, na qual alertou que a Alemanha está ameaçada por "circunstâncias italianas", termo que se refere a uma "depressão de 25 anos", segundo o jornal alemão.

"A Alemanha está em depressão económica há anos. A situação, no entanto, é dramática", acrescentou Fuest, que lidera um dos centros de estudos económicos mais prestigiados da Alemanha

Um dos principais problemas da Alemanha é o declínio do investimento privado, o que a médio prazo significa "menos crescimento, menos arrecadação de impostos e menos dinheiro para os serviços do Estado", ou seja, serviços públicos, explicou.

Clemens Fuest sublinhou que, para recuperar o crescimento, o governo do chanceler Friedrich Merz deveria apresentar nos próximos seis meses "um plano abrangente de reformas" incluindo, entre outras coisas, menos impostos e burocracia, fatores que prejudicam a economia.

A economia alemã, a maior da Europa e a terceira a nível mundial, registou dois anos consecutivos de recessão em 2023 e 2024, anos em que o produto interno bruto (PIB) contraiu 0,3% e 0,2%, respetivamente.

Para este ano, o governo alemão prevê que economia volte a crescer ligeiramente, com um aumento de 0,2%, enquanto que para 2026 e 2027 as projeções mostram para um progresso do PIB de 1,3% e 1,4%, respetivamente.