Fantasma das tarifas volta a assombrar Europa. Índices pintam-se de vermelho

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta sexta-feira.
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Kamil Zihnioglu/AP
Ricardo Jesus Silva e João Duarte Fernandes 23 de Maio de 2025 às 17:37
Últimos eventos
Apetite pelo risco regressa à Europa e Ásia com contenção

Depois de as preocupações com o défice norte-americano terem arrastado a Ásia e a Europa para território negativo, o apetite pelo risco está de volta aos mercados. As principais praças asiáticas encerraram a derradeira sessão da semana maioritariamente em alta, enquanto as europeias apontam para uma abertura em território positivo. 

Pela China, o Hang Seng, de Hong Kong, conseguiu terminar a negociação à tona, embora com ganhos marginais de 0,09%. A nível continental, a tendência já foi negativa, com o CSI 300 e o Shanghai Composite a perderem 0,61% e 0,73%, respetivamente, apesar de os EUA terem mostrado abertura para continuar a negociar um acordo comercial. 

É de relembrar que os dois países assinaram uma trégua de 90 dias, com as tarifas norte-americanas sobre importações chinesas a caírem para apenas 30%, enquanto as do lado asiático foram reduzidas de 125% para 10%. 

Já no Japão, o otimismo fez-se sentir apesar de a inflação subjacente ter acelerado para 3,5% em abril. O Nikkei 225 e o Topix encerraram a sessão com ganhos de 0,50% e de 0,74%, respetivamente, animados pelas garantias do banco central de que não vai voltar a subir as taxas de juro - pelo menos, no curto prazo. 

Entre as restantes principais praças asiáticas, o australiano S&P/ASX 200 avançou 0,33% e o sul-coreano Kospi subiu 0,36%. 

Já pela Europa, o Euro Stoxx 50 cresce 0,2% no "pre-market", numa sessão marcada pela divulgação dos dados da confiança do consumidor francês em maio e das vendas a retalho no Reino Unido em abril.

OPEP+ arrasta petróleo para o vermelho e interrompe série de ganhos semanais consecutivos

O barril de petróleo prepara-se para fechar a primeira semana em território negativo deste mês, numa altura em que os investidores continuam a digerir um provável aumento da produção de crude por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+).

O "cartel" do petróleo está a equacionar introduzir mais 411 mil barris de crude por dia no mercado já em julho, aumentando os receios de um de que a oferta desta matéria-prima possa estar a tornar-se bastante superior à procura. Apesar de a decisão ainda não ser oficial, e até provocar alguma discordia interna dentro do grupo, os mercados já se encontram a incorporar um possível aumento. 

"As atenções estão cada vez mais viradas para a OPEP+ e para o que o grupo vai decidir fazer com os níveis de produção em julho", explica Warren Patterson, estratega de matérias-primas do ING Groep, à Bloomberg. "Outro grande aumento [na produção] vai cimentar uma mudança de política dentro do grupo, que passa da defesa dos preços do petróleo para a defesa de quotas de mercado."

Neste contexto, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – cede a esta hora 0,83% para os 60,69 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 0,82% para os 63,91 dólares por barril. 

Os dois "benchmarks" preparam-se para encerrar a semana com perdas de cerca de 2%, pressionado ainda pelas preocupações em torno da saúde da economia global. Apesar de Donald Trump já ter começado a assinar acordos comerciais com vários parceiros e continuar em negociações com a China - o maior importador de petróleo do mundo -, espera-se que o impacto económico e inflacionista das tarifas tenha peso sobre o poder de compra dos cidadãos e, por conseguinte, na procura por crude.

Ouro avança com contas públicas dos EUA em foco

O ouro encaminha-se para fechar a melhor semana em mais de um mês, impulsionado por um dólar em enfraquecimento e pelas preocupações com o défice norte-americano, depois de a Câmara dos Representantes ter dado "luz verde" a um megapacote que pode acelerar a degradação das contas públicas do país. 

A esta hora, o metal precioso avança 1,06% para 3.329,51 dólares por onça, continuando uma trajetória lenta mas contínua de aproximação aos máximos históricos, que atingiu no mês passado. Só esta semana, o ouro valorizou mais de 4% - o melhor desempenho desde a semana terminada a 7 de abril. 

"O otimismo em torno das negociações entre os EUA e os seus parceiros comerciais abriu espaço para o crescimento das preocupações com o défice norte-americano - o que levou os investidores a afastarem-se de ativos do país e apostarem no ouro", explica Tim Waterer, estratega de mercados da KCM Trade, à Reuters.

O analista acredita que a manutenção das tensões geopolíticas a nível mundial, aliada a uma degradação das contas públicas norte-americanas, vai permitir ao ouro continuar a negociar acima dos 3 mil dólares por onça. O metal precioso é utilizado como uma reserva de valor em contextos de incerteza económica e política. 

Dólar não consegue escapar às perdas e prepara-se para fechar semana no vermelho

O dólar continua a enfraquecer face aos seus principais rivais e prepara-se para interromper uma série de quatro semanas consecutivas a valorizar contra o euro e o iene. As contas públicas dos EUA estão a deixar a "nota verde" sob pressão, com os investidores preocupados com o impacto negativo no défice norte-americano do megapacote de isenções fiscais e corte de impostos aprovado na quinta-feira pela Casa dos Representantes.

A legislação ainda tem de passar pelo crivo do Senado, onde se espera semanas de debate e grandes alterações, deixando o sentimento de negociação frágil durante todo o processo. Os mercados estão especialmente atentos à sustentabilidade das contas públicas dos EUA, depois de a agência financeira Moody's ter decidido retirar o rating máximo à dívida norte-americana. 

Neste contexto, o euro valoriza 0,52% para 1,1340 dólares, enquanto a libra cresce 0,48% para 1,3483 dólares. Por sua vez, a "nota verde" perde 0,46% para 143,35 ienes, beneficiando de um aumento surpreendente na inflação subjacente do país. O banco central está decidido em manter as taxas de juro inalteradas no curto prazo, mas a pressão inflacionista pode fazer com que a autoridade monetária tenha de mudar de planos, sobretudo em tempos de grande incerteza económica. 

Só esta semana, a moeda única europeia conseguiu valorizar 1,2% face ao dólar, contribuindo para um saldo bastante positivo em 2025. Desde que o ano arrancou, o euro já cresceu mais de 9%, com a divisa a emergir como a grande vencedora do tumulto que se tem sentido nos mercados nos últimos meses. 

Juros aliviam na Zona Euro. Investidores aguardam intervenção de Philip Lane

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a aliviar em toda a linha esta sexta-feira, num dia marcado por uma intervenção pública de Philip Lane, membro da Comissão Executiva do Banco Central Europeu (BCE). Os investidores vão estar atento a este discurso, à procura de possíveis pistas sobre o futuro da política monetária do bloco de 20 países. 

A "yield" das "Bunds" alemãs com maturidade a dez anos, e que servem de referência para a Zona Euro, recuam 1,9 pontos base para 2,621%, enquanto os juros da dívida francesa cedem 1,8 pontos para 3,300%. 

Já nos países do sul da Europa, a "yield" das obrigações portuguesas com a mesma maturidade desliza 2,3 pontos para 3,105%, enquanto a da dívida espanhola desce 2,5 pontos para 3,230% - a maior queda entre os países europeus. Na Itália, os juros das obrigações recuam 2,3 pontos para 3,627%, em antecipação a uma revisão de rating por parte da agência financeira Moody's. 

Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas seguem a mesma tendência do resto dos países europeus e cedem 1,7 pontos base para 4,731%. Já nos EUA, a "yield" das "Tresuries" desliza 2 pontos base, mas continua acima dos 4,5%. 

Europa encaminha-se para a sexta semana consecutiva no verde apesar de turbulência nos mercados

Apesar da turbulência introduzida nos mercados pelas preocupações em torno da saúda das contas públicas norte-americanas, as principais praças europeias encaminham-se para a sexta semana consecutiva no verde - embora com ganhos bastante modestos. Uma série de dados económicos positivos e o alívio sentido no mercado obrigacionista está a dar força às bolsas da região esta sexta-feira.

O Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, avança 0,33% para 552,11 pontos, com grande parte dos setores a registar avanços modestos esta manhã. O índice conseguiu recuperar das perdas registadas no início da semana e prepara-se para fechar a série de cinco dias com um saldo positivo de cerca de 0,4%. 

No entanto, "é esperada uma consolidação no curto prazo, uma vez que o mercado não vai conseguir continuar a ignorar a situação global e os desenvolvimentos nos EUA indefinitivamente", comenta Guillermo Hernandez Sampere, "head of trading" na gestora de ativos MPPM, à Reuters. 

Por agora, os investidores concentram-se nos mais recentes dados económicos, que mostram a economia alemã a crescer acima do que era esperado inicialmente. No primeiro trimestre do ano, os dados finais mostram que o PIB do país acelerou 0,4% em cadeia, contrariando uma leitura preliminar que via a economia a crescer apenas 0,2%. Em reação, o alemão DAX lidera os ganhos europeus e valoriza 0,57%. 

Já no Reino Unido, novos dados revelam que as vendas a retalho no país cresceram mais do que o esperado em abril, registando um aumento de 1,2% quando comparado com o mês anterior. Os analistas esperavam uma aceleração de apenas 0,2%, depois de as vendas a retalho terem contraído em março. Em reação, o britânico FTSE 100 sobe 0,39%.

Entre as principais movimentações de mercado, a britânica AJ Bell dispara mais de 7%, depois de a corretora ter visto os seus lucros antes de impostos crescerem 12% nos primeiros seis meses do ano fiscal da empresa. Já a Michelin cresce 0,81%, após o banco de investimento norte-americano Jefferies ter revisto em alta a recomendação da empresa para "comprar". 

Nas restantes praças da Europo Ocidental, Madrid sobe 0,46%, Paris cresce 0,02%, enquanto Amesterdão valoriza 0,05% e Milão ganha 0,10%. 

Euribor cai e a três e a seis meses para novos mínimos desde final de 2022

A Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a quinta-feira, nos dois prazos mais curtos para novos mínimos desde dezembro e outubro de 2022, respetivamente.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 2,040%, ficou abaixo das taxas a seis (2,101%) e a 12 meses (2,096%).

A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou hoje, ao ser fixada em 2,101%, menos 0,017 pontos e um novo mínimo desde 28 de outubro de 2022.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a março indicam que a Euribor a seis meses representava 37,65% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.

Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,39% e 25,67%, respetivamente.

No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também caiu, ao ser fixada em 2,096%, menos 0,008 pontos do que na quinta-feira.

No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março passado, recuou para 2,040%, menos 0,009 pontos e um novo mínimo desde 9 de dezembro de 2022.

Em abril, as médias mensais da Euribor caíram fortemente nos três prazos, mais intensamente do que nos meses anteriores e no prazo mais longo (12 meses).

A média da Euribor a três, a seis e a 12 meses em abril desceu 0,193 pontos para 2,249% a três meses, 0,183 pontos para 2,202% a seis meses e 0,255 pontos para 2,143% a 12 meses.

Em 17 de abril, na última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a taxa diretora em um quarto de ponto para 2,25%.

A descida, antecipada pelos mercados, foi a sétima desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 05 e 06 de junho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Lusa

Reavivar da guerra comercial pressiona Wall Street. Índices caem mais de 1%

Os principais índices norte-americanos negoceiam com perdas depois de o Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ter reavivado a guerra comercial com ameaças de imposição de tarifas mais altas à União Europeia (UE) e à Apple.

O S&P 500 recua 1,18% para os 5.772,84 pontos, enquanto o Nasdaq Composite perde 1,58% para 18.626,21 pontos. Já o Dow Jones cede 1% para 41.438,68 pontos.

Num post na sua rede social Truth Social, Trump disse que as discussões no plano comercial com a UE "não estão a ir a lado nenhum" e ameaçou aplicar uma tarifa de 50% sobre as importações do bloco a partir do início do próximo mês. O Presidente norte-americano avisou ainda que a Apple – que perde a esta hora 2,65% - será sujeita a uma tarifa de pelo menos 25% se não fabricar localmente os seus iPhones vendidos nos EUA.

"Isto vai manter os mercados no limite", disse à Bloomberg Aneeka Gupta, chefe de pesquisa macroeconómica da Wisdom Tree UK. "Os mercados esperavam que as notícias sobre as tarifas tivessem diminuído até que pelo menos a pausa de 90 dias expirasse, mas esse não é claramente o caso. As incertezas vieram para ficar. Estamos a viver um período de volatilidade muito elevada", acrescentou a especialista.

O "volte-face" de Trump sublinha o risco de que alterações na política dos EUA possam abruptamente alterar a dinâmica do mercado num curto espaço de tempo. Os mercados bolsistas tinham vindo a recuperar nas últimas semanas, fruto de um crescente otimismo de que Trump estaria a suavizar a sua abordagem às tarifas, tendo a atenção dos investidores virado para as preocupações com o aumento da dívida dos EUA.

Ainda assim, há quem não dê tanta importância à ameaça de Trump. "Acho que muitas pessoas vêem isto como apenas mais um tweet de Trump, que pode ser cancelado por outro em algumas horas ou alguns dias", explica à Bloomberg David Kruk, da La Financiere de L'Echiquier. Para Kruk, a questão mais importante para os investidores continua a ser a credibilidade orçamental dos EUA.

Entre os movimentos do mercado, cotadas do setor da energia nuclear seguem com ganhos depois de a Reuters ter noticiado que Trump vai assinar ordens executivas que visam impulsionar a indústria, facilitando o processo de aprovação de novos reatores. Nesta linha, a Lightbridge Corp pula mais de 18%, a Nuscale Power Corp soma mais de 7% e a Centrus Energy Corp pula 11%.

Quanto às restantes "big tech", a Amazon perde 1,81%, a Alphabet cai 0,61%, a Nvidia tomba 2,39%, a Microsoft cede 0,96% e a Meta desliza 1,37%.

Petróleo avança mas encaminha-se para semana de perdas

Os preços do petróleo invertem a esta hora as perdas registadas no início da sessão ao registar ligeiros ganhos. Ainda assim, o crude encaminha-se para fechar a semana com perdas, depois de o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ter ameaçado a União Europeia (UE) com tarifas de 50%, numa altura em que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) está a planear outro grande aumento da produção de crude para julho.

O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – ganha a esta hora 0,25% para os 61,35 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 0,14% para os 64,53 dólares por barril.

Os preços do "ouro negro" têm sido pressionados pelas expectativas de aumento da produção da OPEP+. Para além disso, as ameaças de Trump também estão a exercer pressão sobre os preços do crude, à medida que o Brent se posiciona para uma perda semanal de 2,4% e o WTI de 3%.

"As ameaças tarifárias contra a União Europeia, um importante parceiro comercial dos EUA, apoiam as novas preocupações com o abrandamento económico", explicou à Reuters o analista do UBS Giovanni Staunovo.

O cartel OPEP+, liderado pela Rússia e a Arábia Saudita, vai reunir-se na próxima semana e espera-se que anuncie um novo aumento da produção em cerca de 411 mil barris por dia (bpd) a partir de julho.

Os "traders" focam-se agora nas negociações entre os EUA e o Irão, que poderão determinar o futuro do fornecimento de petróleo iraniano, com a quinta ronda de negociações entre Washington e Teerão a ter lugar esta sexta-feira em Roma.

Ouro ganha quase 2% com incerteza comercial a dominar os mercados

Os preços do ouro valorizam a esta hora, impulsionados pela procura enquanto ativo refúgio, depois de o Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ter reavivado a guerra comercial com ameaças de tarifas mais altas à União Europeia (UE).

O ouro avança esta tarde 1,95%, para os 3.358,900 dólares por onça.

A queda dos mercados bolsistas experienciada a esta hora dá uma força renovada ao ouro, à medida que uma desvalorização do dólar também impulsiona as compras do metal amarelo por detentores de outras divisas.

"Trump tem estado em grande nas últimas 24 horas. Ameaçar tarifas de 50% sobre a UE a partir de dia 1 de junho, morder a Apple e martelar Harvard deixou as ações num estado de espírito negro, o que é ótimo para o ouro ", disse à Reuters Tai Wong, "trader" independente de metais.

Dólar perde força com ameaças de Trump à UE

O dólar segue a registar perdas esta tarde, depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter voltado a intensificar a sua guerra comercial, recomendando que os produtos da União Europeia sejam taxados em 50% à entrada dos EUA a partir de 1 de junho. A "nota verde" já caiu cerca de 7% desde o início do ano, de acordo com a Bloomberg

O índice do dólar – que mede a força da divisa norte-americana face às principais rivais - cai 0,68% para os 99,276 pontos.

Ao longo da semana, o dólar já desceu 1,5%, registando a maior descida percentual semanal desde meados de abril, enquanto o euro já ganhou 1,4% na semana até agora.

Por cá, a "moeda única" sobe 0,59% para 1,135 dólares, enquanto a libra ganha 0,66% para os 1,351 dólares.

Já a divisa japonesa segue impulsionada por dados que mostram que a inflação subjacente do Japão acelerou ao ritmo anual mais rápido em mais de dois anos no mês de abril, aumentando as probabilidades de outra subida das taxas de juro até ao final do ano pelo Banco do Japão.

O iene japonês segue a ganhar terreno face ao dólar, numa altura em que a "nota verde" perde 0,90% para os 142,710 ienes.

Fantasma das tarifas volta a assombrar Europa. Índices pintam-se de vermelho

Os principais índices europeus fecharam a sessão desta sexta-feira com pesadas perdas, enquanto as "yields" das dívidas soberanas europeias registaram fortes quedas, depois de a ameaça do Presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 50% à União Europeia (UE) ter apanhado os mercados de surpresa e levado à queda dos ativos de risco a nível global.

O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – perdeu 0,93%, para os 545,13 pontos.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX caiu 1,54%, o britânico FTSE 100 cedeu 0,24%, o espanhol IBEX 35 perdeu 1,18%, o italiano FTSEMIB recuou 1,94%, o holandês AEX desvalorizou 1,03% e o francês CAC-40 registou perdas de 1,65%.

Trump escreveu numa publicação na sua rede social Truth Social que "recomendava uma tarifa direta de 50% sobre a União Europeia, a partir de 1 de junho".

As afirmações do Presidente norte-americano apanharam os mercados de surpresa, numa altura em que os investidores começavam a reforçar as suas apostas em ativos de risco, depois de o "sell-off" vivido após os anúncios do "Dia da Libertação" de Trump, a 2 de abril.

"Quando eu pensava que era seguro voltar aos mercados, eis o que acontece", disse à Bloomberg Neil Birrell, diretor de investimentos da Premier Miton Investors. "A incerteza está a aumentar continuamente - não está prestes a diminuir de todo. Esta é a tendência em termos das táticas de Trump de impor tarifas", acrescentou.

O republicano também ameaçou a norte-americana Apple com tarifas de pelo menos 25%, caso a empresa da maçã não fabrique os seus iPhones nos EUA. A declaração atingiu fornecedoras tecnológicas europeias como a Infineon Technologies (-3,79%) e STMicroelectronics (-4,23%).

Entre os setores, o automóvel registou as maiores perdas (-3,10%), seguido da banca (-1,78%) e do tecnológico (-1,62%). Por outro lado, o imobiliário avançou (+0,48%), assim como os recursos naturais (+0,20%).

As ações europeias recuperaram desde que Trump reduziu as tarifas mais elevadas sobre o comércio por 90 dias, enquanto o sentimento dos investidores ganhou renovado impulso por uma trégua comercial temporária entre os EUA e a China. No entanto, o Stoxx 600 terminou a semana com uma queda de cerca de 1%.

"Os mercados esperavam que as notícias sobre as tarifas tivessem diminuído até que pelo menos a pausa de 90 dias expirasse, mas esse não é claramente o caso", explicou à Bloomberg Aneeka Gupta, da Wisdom Tree UK. "Estamos a atravessar um período de volatilidade muito elevada", acrescentou.

Juros aliviam em toda a linha na Zona Euro. Investidores afastam-se de ativos de risco

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro fecharam a registar fortes quedas, num dia em que os investidores reforçaram as apostas em ativos de menor risco, depois de o Presidente dos EUA ter ameaçado a União Europeia com tarifas de 50% a partir do dia 1 de junho, o que levou a um "sell-off" nos mercados bolsistas ao nível global.

Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, aliviaram 6,1 pontos-base, para 3,067%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento caiu 6,8 pontos para 3,187%.

Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa decresceu 6 pontos-base para 3,258%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, aliviaram 7,6 pontos para 2,565%.

Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, caíram 6,8 pontos-base para 4,679%.

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