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OPEP+ ameaça com novo aumento da produção de petróleo a partir de julho

Os aumentos na oferta de petróleo por parte da OPEP+ em maio e junho impactaram brutalmente os preços do petróleo, levando-os a mínimos de quatro anos, próximos dos 60 dólares por barril em Londres. Para julho está já a ser estudado um novo aumento de 411 mil barris por dia.

petroleo combustiveis
petroleo combustiveis Jeff McIntosh/AP
22 de Maio de 2025 às 10:15

Os países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) estarão já a discutir se vão concordar com um terceiro aumento consecutivo na sua produção a partir de julho, alimentando assim os receios de que qualquer aumento potencial na oferta global excederá o crescimento da procura. A decisão poderá ser tomada na reunião da OPEP+ agendada para 1 de junho, avança a Bloomberg esta quinta-feira.

Em cima da mesa - entre várias opções em discussão - está um aumento acelerado na produção de 411.000 barris por dia a partir de julho - o triplo da quantidade inicialmente planeada -, embora nenhum acordo final tenha ainda sido alcançado, disse o relatório avançado pela Bloomberg, que cita responsáveis da OPEP+ sob anonimato.

Por seu lado a Reuters já tinha noticiado que a OPEP+ deverá acelerar a partir de agora os aumentos na sua produção de petróleo e poderá mesmo chegar aos 2,2 milhões de barris por dia até novembro. Com o anúncio de um aumento de 411 mil barris por dia - o equivalente a 1% da produção atual - em maio e junho, a organização contribuiu para a queda dos preços do petróleo.  

Coincidindo com o lançamento da guerra comercial do presidente Donald Trump em abril, os aumentos na oferta de petróleo por parte da OPEP+ em maio e junho impactaram brutalmente os preços do petróleo, levando-os a mínimos de quatro anos, próximos dos 60 dólares por barril em Londres. 

No dia 1 de junho, oito países-chave da OPEP+ realizarão uma videoconferência para definir os níveis de produção a partir de julho. Além disso, os 22 países da organização também realizarão uma série de reuniões virtuais a 28 de maio, nas quais farão uma revisão das quotas de produção para 2025 e 2026.

Ainda que a OPEP+ defenda que os eventuais aumentos da produção servirão para satisfazer o crescimento da procura, nos bastidores das negociações há responsáveis que falam de outros motivos, desde a punição dos países membros que já produzem em excesso até à recuperação de quotas de mercado, sem esquecer a tentativa de apaziguar o presidente americano Donald Trump, diz a Bloomberg. 

Na última reunião, a Arábia Saudita, que lidera os países produtores de petróleo, já avisou os membros mais indisciplinados do grupo, como o Cazaquistão e o Iraque, que poderá ditar mais aumentos globais na produção de petróleo caso estes continuem a recusar cumprir as suas respetivas quotas nacionais. Apesar das promessas de contenção, o Cazaquistão mostrou até agora pouco esforço para controlar as empresas petrolíferas que operam no país e continua a exportar quantidades próximas de níveis recorde. 

"A nossa previsão é de um aumento de 411.000 barris por dia na quota da OPEP+ em julho, semelhante ao de maio e junho. O cumprimento por parte dos países superprodutores não mudou muito e, até agora, os aumentos anteriores foram absorvidos pelo mercado", disse Martijn Rats, especialista do Morgan Stanley.

Na semana passada, a Agência Internacional de Energia previu que o crescimento da procura global por petróleo desacelerará durante os restantes meses de 2025 devido a ventos económicos contrários, depois de um primeiro trimestre robusto. Por outro lado, o Goldman Sachs Group previu que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus parceiros suspenderão novos aumentos após concordarem com o aumento para julho.

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