Fecho dos mercados: Reação da China ao coronavírus dá força às bolsas e OPEP põe crude em alta
Os mercados em números
PSI-20 cresceu 0,75% para 5.264,14 pontos
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Stoxx 600 ganhou 1,64% para 418,47 pontos
S&P500 avança 1,63% para 3.302,02 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 3 pontos base para 0,296%
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Euro recua 0,15% para 1,1043 dólares
Petróleo em Londres sobe 1,25% para 55,13 dólares por barril
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Ação da China no coronavírus "cura" bolsas europeiasAs bolsas europeias valorizaram na sessão desta terça-feira, 4 de fevereiro, com o índice de referência europeu Stoxx600 a ganhar 1,64% para 418,47 pontos, no segundo dia seguido em terreno positivo, e apoiado na subida de todos os setores do velho continente, em particular a valorização das matérias-primas.
Em sintonia com as congéneres europeias, o lisboeta PSI-20 somou 0,75% para 5.264,14 pontos, animado pelos ganhos do BCP (+1,67% para 0,1951 euros) e da Galp Energia (+2,59% para 13,685 euros).
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A resposta das autoridades chinesas para conter a propagação do coronavírus está a ser bem recebida nos mercados europeus, que acreditam que os esforços de Pequim poderão ajudar a prevenir uma pandemia global e respetivos efeitos negativos para uma economia global já com sinais de abrandamento.
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Recorde-se que esta segunda-feira, depois da forte queda das bolsas chinesas, o Banco Central da China injetou 900 mil milhões de yuans de fundos por meio de operações de recompra reversa, além de que as autoridades chinesas impuseram limites à venda de títulos cotados em bolsa a descoberto para travar o receio generalizado.
Juros das dívidas agravam-se na Zona EuroOs juros das dívidas públicas estão a subir para a generalidade dos países que integram a área do euro. O recentrar das atenções dos investidores na compra de ações acaba por reduzir o apetite destes por ativos considerados mais seguros tais como obrigações soberanas.
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Assim, a taxa de juro associada aos títulos de Portugal com prazo a 10 anos sobe 3 pontos base para 0,296%, na segunda sessão consecutiva de agravamento. O mesmo para as obrigações de Espanha com a mesma maturidade, cuja "yield" cresce 2,2 pontos base para 0,258%. A taxa de juro exigida pelos investidores para adquirirem dívida portuguesa a 10 anos no mercado secundário persiste assim acima daquele que exigem para comprar obrigações espanholas.
Já a "yield" corresponde às obrigações alemãs a 10 anos avança pela primeira vez em cinco sessões, seguindo a subir 3,9 pontos base para -0,406%.
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Libra recupera e euro cai pelo segundo dia
A divisa britânica está a recuperar valor nos mercados cambiais depois de ontem ter sido penalizada pelas posições díspares enunciadas por Bruxelas e Londres quanto ao que pretendem para a sua relação futura.
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A libra está a apreciar-se em torno de 0,5% contra o euro, apoiada em especial na evolução - melhor do que previam as estimativas - da atividade no setor britânico da construção, o que está a contrabalançar a apreensão quanto à possibilidade de um "hard Brexit" uma vez concluído o período de transição iniciado a 1 de fevereiro e que termina a 31 de dezembro próximo.
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Já o euro deprecia-se pela segunda sessão consecutiva, estando a perder 0,15% para 1,1043 dólares.
Petróleo ganha terreno com reunião de técnicos da OPEP
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O crude segue a valorizar nos principais mercados internacionais, animado pela reunião técnica de dois dias, que começou hoje em Viena, entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e a Rússia (que é aliada do cartel no corte da oferta mundial que vigora desde 2017), que estão a analisar a queda dos preços do "ouro negro" decorrente da epidemia de coronavírus – que levou a uma queda da procura – e a ponderar a melhor resposta a dar, que pode passar por um corte adicional da oferta.
Ontem, nos Estados Unidos, o crude de referência (WTI) quebrou os 50 dólares por barril, e em Londres o Brent do Mar do Norte (referência para as importações portuguesas) chegou a ceder 20% face ao seu último máximo, entrando assim em "mercado urso" (mas não em valores de fecho da sessão). Ambas as referências estiveram a negociar no valor mais baixo desde janeiro do ano passado e na sessão de hoje renovaram esses mínimos. No entanto, o otimismo em torno da reunião técnica da OPEP inverteu esta tendência e o WTI e o Brent seguem agora a somar mais de 1%.
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Recorde-se que os 14 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus 10 aliados – o chamado grupo OPEP+, onde se inclui a Rússia – juntaram-se em 2017 para reduzir a disponibilidade de crude no mercado, num contexto de excesso de oferta, muito à conta da maior produção dos EUA por via do petróleo de xisto. Esta iniciativa tem prosseguido, e no passado dia 5 de dezembro a OPEP+ decidiu não só prolongar os cortes de produção até ao fim de março de 2020 como também reforçar a dimensão da retirada de crude do mercado. Entretanto, à conta da crise do coronavírus, o próximo encontro ministerial do grupo OPEP+ deverá decorrer a 14 e 15 de fevereiro, numa antecipação face à data inicial de 5 e 6 de março.
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Ouro cede terreno com estímulos da China
O metal amarelo tem estado a capitalizar os receios em torno do impacto económico do coronavírus, mas as medidas tomadas pela China para sustentar a sua economia estão a trazer o otimismo de volta e os investidores já não estão a procurar tanto o ouro como valor-refúgio. Assim, a ação da China - e também no que diz respeito às iniciativas de contenção da epidemia - está a devolver os ganhos à maioria das matérias-primas, mas não ao ouro.
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As empresas que operam nos produtos de luxo viram a procura diminuir, com o vírus conter os gastos numa altura que costuma ser de grandes compras (Novo Ano Chinês), o que penalizou também as joalheiras - e, consequentemente, o ouro. O abrandamento da procura deveu-se sobretudo à redução das viagens aéreas e do transporte rodoviário e à interrupção das atividades industriais, com as férias de entrada no novo ano a prolongarem-se devido a esta epidemia.
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O ouro para entrega imediata cede 0,60% para 1.574,75 dólares por onça em Londres, ao passo que os futuros do metal amarelo recuam 1,63% no mercado nova-iorquino, para 1.550,96 dólares por onça.
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