S&P incerta quanto ao BPI vai vigiar evolução da OPA

A agência de notação financeira Standard & Poor’s reviu a situação do BPI, passando o seu alerta de crédito, de "negativo" para "em desenvolvimento". Isto depois da decisão do CaixaBank de lançar uma OPA sobre o banco.
BPI balcão
Bruno Simão
Carla Pedro 22 de Abril de 2016 às 19:29

A perspectiva para a evolução futura do BPI, por parte da S&P, já não é tão iminentemente sombria. A agência de "rating" revelou esta sexta-feira que o "alerta de crédito" deixou de ter implicações negativas ["credit watch negative"] e que a sua avaliação está agora "em desenvolvimento" ["credit watch developing"].

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Ou seja, já não pende sobre o banco uma ameaça tão visível de corte da notação financeira. Isto enquanto a agência avalia a situação e a evolução do banco até perceber que perspectiva tem.

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Segundo a Standard & Poor’s, o estatuto "em desenvolvimento" atribuído agora à perspectiva do BPI "reflecte a incerteza quanto à direcção futura do seu ‘rating’, tudo dependendo do desfecho da OPA do CaixaBank e da potencial evolução daí decorrente – o que poderá resultar numa subida, corte ou reafirmação da sua notação".

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A agência sublinha que o "rating" do BPI se manteve em ‘BB-‘, que corresponde ao terceiro nível do chamado "lixo" (quando recai na categoria de investimento especulativo).

 

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Esta decisão, acrescenta o relatório da S&P, segue-se ao anúncio do CaixaBank, no dia 18 de Abril, da sua nova tentativa de comprar os 55,9% que lhe faltam do banco liderado por Ulrich. Nesse dia, o banco catalão anunciou o lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição sobre o BPI, oferecendo 1,113 euros por acção. A operação está condicionada à eliminação do limite de direitos de voto no banco português.

 

A S&P reiterou assim o rating da dívida de longo prazo do CaixaBank em ‘BB-’, dizendo que "reflecte a nossa convicção de que [o banco catalão] está empenhado em compensar grandemente o impacto que a aquisição terá sobre a sua base de capital", em especial o facto de pretender que o seu rácio de melhor qualidade cumpra as novas exigências e se fixe acima de 11% na fase pós-aquisição. A perspectiva atribuída pela agência ao banco espanhol é "estável".

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A diferença entre a perspectiva ("outlook") negativa, positiva, estável ou em desenvolvimento e a vigilância ("watch") está no prazo em que pode haver uma decisão em termos de notação. A título de exemplo, se uma perspectiva passar de negativa para "watch negative", a probabilidade de a agência descer a notação mantém-se, mas o período temporal em que pode surgir uma decisão é reduzido de seis para três meses.

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Perceber os "outlooks" Quando uma agência prevê que um rating pode ser alterado nos 6 a 24 meses seguintes, emite um "outlook" (perspectiva). Se considera que pode haver acontecimentos ou circunstâncias susceptíveis de mexerem com a classificação no curto prazo – normalmente no período de 90 dias – então pode colocar a perspectiva em "credit watch" (sob revisão).

O "outlook" (perspectiva) pode ser positivo, negativo, estável ou em desenvolvimento (em evolução). No primeiro caso, a agência está a indicar que o rating poderá subir. Se, pelo contrário, for negativo, significa que a notação poderá descer. Uma perspectiva estável revela que há fortes probabilidades de a notação se manter no actual nível quando a sua revisão for divulgada. Quando a perspectiva está em evolução, significa que a agência não dá ainda uma indicação do sentido que poderá tomar a sua decisão seguinte, pelo que a classificação tanto pode subir como descer.

Quanto a perspectiva está "em desenvolvimento", isso significa que a evolução é considerada incerta, pelo que a agência se mantêm vigilante até perceber se deve ser considera positiva, negativa ou estável.

Ainda no reino das perspectivas, quando uma empresa, entidade local ou Estado fica em "credit watch", é também salientada a possibilidade de alteração da notação, mas no curto prazo (3 meses). Porém, o facto de se estar em "credit watch" não significa que tenha de haver uma alteração do "rating". Finda a avaliação, a agência pode decidir manter a classificação.

Apesar de normalmente se generalizar o termo credit watch para indicar que a qualidade do crédito está sob revisão, sublinhe-se que a terminologia varia consoante as três grandes agências: "credit watch" (S&P), "under review" (Moody’s) e "rating watch" (Fitch).

O "outlook" (perspectiva) pode ser positivo, negativo, estável ou em desenvolvimento (em evolução). No primeiro caso, a agência está a indicar que o rating poderá subir. Se, pelo contrário, for negativo, significa que a notação poderá descer. Uma perspectiva estável revela que há fortes probabilidades de a notação se manter no actual nível quando a sua revisão for divulgada. Quando a perspectiva está em evolução, significa que a agência não dá ainda uma indicação do sentido que poderá tomar a sua decisão seguinte, pelo que a classificação tanto pode subir como descer.

Quanto a perspectiva está "em desenvolvimento", isso significa que a evolução é considerada incerta, pelo que a agência se mantêm vigilante até perceber se deve ser considera positiva, negativa ou estável.

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Ainda no reino das perspectivas, quando uma empresa, entidade local ou Estado fica em "credit watch", é também salientada a possibilidade de alteração da notação, mas no curto prazo (3 meses). Porém, o facto de se estar em "credit watch" não significa que tenha de haver uma alteração do "rating". Finda a avaliação, a agência pode decidir manter a classificação.

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