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Aforrador teve acesso a dados de outro. Presidente do IGCP admite "bug" no AforroNet, mas afasta ataque

O serviço esteve suspenso durante duas semanas e o líder da agência que gere a dívida pública explicou, no Parlamento, que houve uma falha de segurança que poderia voltar a acontecer.

Miguel Baltazar
13 de Setembro de 2024 às 10:57

O serviço AforroNet, da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), que permite a subscrição e consulta dos certificados da aforro, esteve em baixo durante quase duas semanas. O presidente Miguel Martín explica agora que houve uma quebra de segurança, mas afasta que tenha sido um ataque informático.

No Parlamento, onde está para a audição anual na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, o presidente do IGCP indicou que o problema foi identificado durante uma atualização do serviço - que são feitas "regularmente quer internamente, quer por entidades externas", com a passagem da palavra-passe de seis para oito dígitos.

"Havia um 'bug'. Houve um aforrista que teve acesso a dados pessoais de outro aforrador. Apesar de ter sido um caso isolado, podia voltar a acontecer", indicou. Foi esse risco que levou o IGCP a decidir suspender o AforroNet.

"Não resultou de nenhum ataque informático", garantiu Miguel Martín. E sublinhou que "as poupanças das famílias nunca estiveram em causa" pois a "segurança é absoluta" já que o AforroNet dispõe de vários mecanismos de segurança, incluindo validações entre IBAN e número de contribuinte do aforrador. "Há várias camadas de segurança".

A página esteve em baixo desde 23 de agosto e a 6 de setembro, o IGCP anunciou que tinha sido concluída a intervenção para a melhoria da proteção dos dados pessoais. Os 14 dias de indisponibilidade resultou num disparo na procura pela aplicação dos CTT para a associação de conta, consulta e subscrição.

Questionado sobre eventuais mudanças aos certificados de aforro - uma porta aberta pelo ministro das Finanças Joaquim Miranda Sarmento também no Parlamento -, Miguel Martín disse que não lhe "compete" fazer esse anúncio.

Os deputados questionaram ainda Miguel Martín sobre os certificados que não são reclamados pelos herdeiros dos aforradores. O presidente do IGCP admitiu que é um "processo demasiado demorado", com a habilitação de herdeiros a demorar sete meses. "Não é algo de que me orgulhe e estamos a tentar resolver, dentro das nossas possibilidades", respondeu.

De acordo com dados disponíveis no relatório anual do fundo, publicado pelo IGCP, o Estado ganhou cerca de 2,9 milhões de euros, no ano passado com certificados de aforro que não foram reclamados por herdeiros no fim do prazo legal de dez anos. O montante registado no ano passado fica acima de 2022.

(Notícia atualizada às 11:10)

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