Não será certamente a primeira vez (e nem a última) que ouvimos falar em hard e soft skills. Na verdade, esta é uma espécie de nomenclatura corporativa que divide as capacidades dos profissionais em duas classes distintas.
Assim sendo, a primeira diz respeito a dados técnicos acerca da formação educacional e experiência de cada indivíduo; falamos aqui de cursos universitários, MBA, pós-graduações e tantos outros conferentes (ou não) degrau. Estes tendem a ser cursos de fácil verificação e alta especificidade, indicando características objetivas do perfil profissional.
Por vários anos, acreditou-se que as hard skills representavam o maior indicador da performance de um trabalhador. Mas a verdade é que um estudo de 2019 começou a apontar outros caminhos, dando conta de que as soft skills se começam a tornar tão desejáveis (ou mais) quanto as hard skills. Estas soft skills não são mais do que as qualidades, de natureza subjetiva, emocional e interpessoal de um dado indivíduo.
Segundo dados de um estudo realizado por diferentes universidades americanas, entre elas Harvard, “é possível melhorar a produtividade de uma empresa em cerca de 12% investindo apenas em soft skills”. O valor dá bem conta do peso que estas características têm no ambiente corporativo atual.
Mas todas estas capacidades acabam por se desenvolver nas vivências do dia-a-dia que implicam tentativa e erro, amadurecimento e autoconhecimento. E, nesse sentido, não estranhe se encontrar, em Portugal ou no mundo, cursos que se focam em desenvolver a aptidão de um indivíduo ou grupo quanto às suas soft skills.
As soft skills mais desejadas, segundo o relatório “The Future of Jobs”, da World Economic Forum
• Ter capacidade de resolução de problemas complexos;
• Ter pensamento crítico;
• Ter criatividade;
• Saber assegurar uma efetiva gestão de pessoas;
• Ter pensamento analítico e de inovação;
• Assegurar resiliência, tolerância e flexibilidade;
• Apresentar inteligência emocional, assim como capacidade de persuasão e negociação;
• Saber fazer uma eficaz gestão do tempo.
Porque devem os executivos investir num MBA?
Há muito que passou o tempo de nos focarmos apenas numa licenciatura e seguir para o mercado profissional. Hoje, é determinante que os executivos invistam em formação especializada ao longo da vida, para ganhar destaque em processos de seleção e reforçar ainda mais o currículo.
Nesse sentido, os MBA são fundamentais não só para quem procura aprofundar os seus conhecimentos em determinadas áreas específicas, mas também para os executivos que pretendem adquirir novas visões do mundo corporativo.
As diferentes business schools oferecem já a possibilidade de os seus formandos conhecerem e tomarem contacto com as melhores práticas de mercado, novas ferramentas e processos de gestão, ao mesmo tempo que reforçam as relações com os seus pares.
Um MBA poderá ser a opção certa para qualquer pessoa, de qualquer área de ensino, que procure desenvolver novas capacidades, melhorar algumas competências e, em última análise, ver reforçado o valor do seu salário ao final do mês.
Quanto custa?
Apesar de todas as suas vantagens, ou exatamente por causa delas, a verdade é que os cursos de MBA em Portugal não são propriamente acessíveis. Contas feitas, nos últimos anos, percebe-se que podem ultrapassar facilmente os 20 mil euros, o que implica um esforço financeiro considerável por parte de quem os frequenta. Ainda assim, começam a surgir, aos poucos, ofertas mais acessíveis pelo que uma pesquisa mais atenta pode ser a opção certa para quem quer enveredar por este caminho.
De qualquer forma, as vantagens que se podem retirar deste tipo de formação acabam por justificar o esforço feito, já que os MBA são uma forma de investir no próprio desenvolvimento, na formação académica de cada um de nós e na carreira. Ao mesmo tempo, representam também uma oportunidade de maior reconhecimento no trabalho já que podem ajudar a conquistar novas posições dentro da empresa, permitindo um crescimento profissional. Os ex-alunos de MBA são frequentemente convidados para ocupar cargos de relevo e de liderança nas empresas em posições que exijam uma visão global do negócio.
Sendo um curso exigente e muito trabalhoso, o MBA é valorizado no mercado de trabalho assumindo-se, desta forma, como um bom cartão de visita para os seus detentores. E é bom recordar que, em muitas indústrias e países, a maioria das funções ou especializações procuradas hoje não existiam há cerca de dez ou mesmo cinco anos. Esta verdadeira transformação no mercado de trabalho não tende a abrandar e segundo uma estimativa do Fórum Económico Mundial, 65% das crianças que estão atualmente nas escolas vão, no futuro, trabalhar em profissões que nem sequer conhecemos hoje. Isto diz muito da necessidade de formação contínua.