O contexto das empresas e das escolas de negócio alterou-se. Logo, os modelos de negócio entre as academias e as empresas ajustaram-se. Os tempos das empresas circunscritas a parceiros patrocinadores das escolas de negócio já se esgotaram, recorda Ana Côrte-Real, "associate dean" para a formação executiva da Católica Porto Business School, explicando que por esse motivo tem de haver mais partilha e maior aposta em projectos conjuntos e de desenvolvimento para ambas as partes.
"Neste sentido, e no âmbito da reformulação do MBA Executivo, criámos um Clube de Empresas que pretende formalizar e operacionalizar uma plataforma de interacção entre as empresas e a universidades, tendo em vista agilizar a transferência de conhecimento e de tecnologia, a formação e preparação de profissionais com competências adequadas às necessidades, e a programação e realização de estudos de investigação pertinentes." Em concreto, as empresas vão participar na "avaliação da adequação dos programas de formação de executivos, propondo alterações e melhorias ao portefólio, tendo em vista melhorar a sua adequação aos desafios da economia e, mais concretamente, às necessidades e exigências das empresas".
Estas empresas irão acolher propostas de projectos de investigação, visitas de estudo, iniciativas e desenvolvimento de casos de estudo para apoio ao ensino; continuarão a participar em seminários e a fomentar o encontro dos alunos com os seus CEOs /directores em dinâmicas que permitam uma efectiva partilha de percursos.
A par destas iniciativas como o Clube de empresas a criação de espaços de partilha e transferência de conhecimento são absolutamente fundamentais.
Na Católica Porto Business School, explica Ana Côrte-Real, esta transferência e aplicação de conhecimentos assenta no CEGEA e nos Labs: o CEGEA – Centro de Estudos em Gestão e Economia Aplicada, presta serviços de consultoria aplicada nas áreas da economia e da gestão. Este é um organismo de interface através do qual a escola coloca os seus recursos e competências ao serviço da comunidade, procurando conciliar a capacidade de investigação e a independência universitárias com a atenção ao cliente. Em relação aos Labs, criados desde 2013, a Católica Porto Business School School tem duas estruturas - o LEADLab e o SLab, centros de investigação aplicada nas áreas da liderança e da gestão dos serviços, respectivamente. Estes centros trabalham em parceria com as empresas e organizações no estudo de problemas únicos e no desenvolvimento de soluções inovadoras, reforçando a relação com as empresas.
Face ao exposto pode perceber-se que já se evolui muito na relação entre a academia e as empresas mas ainda há muito caminho a percorrer. E Ana Côrte-Real não deixa de apelar à consciencialização por parte das empresas que a aproximação da academia às empresas não se faz sem a sua abertura, disponibilidade e investimento de tempo.