Os tempos que vivemos trazem à tona, no interior de todos nós, pessoas e organizações, o sentimento de vulnerabilidade, que, no dia a dia pautado por regras e hábitos que nos protegem e orientam, vive adormecido.
A atitude e as respostas que precisamos não podem deixar de passar pelo reconhecimento desta vulnerabilidade, ajudando assim a consolidar uma atitude de prudência, responsabilidade e humildade, vital para vencer a crise que vivemos. Perante o desconhecido, impõe-se o reconhecimento das nossas limitações individuais e coletivas, e uma visão solidária na ação. E isto será válido, tanto para as organizações e pessoas, como para o Estado e as suas instituições.
Qualquer reflexão, prática ou atitude que tenhamos hoje não pode esconder este contexto, e na dinâmica dos seguros e na proteção contra os riscos este cenário alerta-nos ainda mais para as raízes do que somos e fazemos enquanto coletivo. A vulnerabilidade que está hoje no centro das nossas vidas é o ponto de partida de sempre da atividade seguradora, desde que o Homem partiu nas viagens marítimas transacionando bens, acautelando riscos comuns.
A aventura marítima continua nos dias de hoje, e seja no trabalho ou no lazer, a vida no mar traduz-se em risco. Risco tanto mais elevado quanto mais se depende dele para viver, como acontece na pesca, que continua a ser uma das atividades de maior risco no mundo do trabalho.
Nesta atividade, a consciência de quão vulneráveis somos, que se revelou de uma forma tão abrupta a todos nós, é o lugar de partida e deve permanecer sempre como um alerta. Uma consciência que deve ser tomada por todos os que estão ligados à atividade, a montante e a jusante, e não apenas os profissionais, suas famílias e comunidades.
A Mútua dos Pescadores partiu desse mesmo lugar de risco há quase 80 anos, tendo aprendido ao longo desse percurso, a conhecer outros riscos – outras atividades marítimas, outras atividades em terra, outras pessoas e organizações. E na mesma medida que outras organizações o fazem noutros contextos, a sua razão de ser, enquanto seguradora cooperativa, é saber reconhecer os pontos mais vulneráveis das suas comunidades, e estar no momento certo, com respostas claras e transparentes aos problemas e vicissitudes que se colocam a cada momento.
Hoje, volta a assumir esse lugar, garantindo a segurança e a proteção da organização dos seus setores mais vulneráveis, pesca e marítimo-turística, e, sabendo que ninguém poderia ficar para trás, alargando a todos, flexibilizou o pagamento de prémios com moratórias de prazos mesmo antes de a lei o exigir, e indo, inclusive, para além do que a lei passou a obrigar: adotou desde logo os 90 dias de moratória, quando a lei exigiu 60, e aplicou esta orientação para todos os seguros, quando a lei exigiu apenas para os seguros obrigatórios.
Como Mútua, e enquanto Cooperativa de Utentes de Seguros, é esta a sua missão, uma organização do seu tempo, atenta às necessidades dos seus membros e das suas comunidades.