O número de empresas portuguesas que tem vindo a apostar no comércio eletrónico para escoar os seus produtos está a crescer e cerca de um quinto das empresas portuguesas que vendem online aposta nesta vertente internacional.
A APLOG – Associação Portuguesa de Logística não tem números, mas reconhece que o comércio eletrónico tem já um impacto significativo nas operações de logística no país. A associação congratula-se com o esforço das empresas que estão a contornar a periferia geográfica do país por esta via, mas deixa alertas.
"Esta é uma aposta que tem riscos que devem ser compreendidos e bem avaliados. É preciso conhecer o racional do negócio para não transformar um sonho em pesadelo", alerta Raul Magalhães, presidente da associação.
Logística inversa pode transformar um sonho em pesadelo
Para minimizar impactos menos positivos, a APLOG recomenda que as empresas com planos para montar um negócio online que implique a venda de produtos e uma operação logística procurem formação e informação sobre a cadeia de abastecimento antes de avançar.
Desmistificar necessidades e exigência em termos das tecnologias a usar, questões de compliance nos mercados envolvidos, ou contratação da logística, "que é uma logística cara quando estão envolvidos prazos de entrega curtos", são fundamentais, defende a APLOG, que junta mais um aspeto. "Compreender bem um custo que nem sempre é claro, que é o da logística inversa (devoluções)", acrescenta Raul Magalhães, alertando para o impacto que este custo pode ter na operação, especialmente em setores como a moda feminina, em que o volume de devoluções é significativo e para as empresas são custos sem vendas associadas.