Em ano já de forte volatilidade dos mercados accionistas, a última semana foi marcada pelo anúncio de vários processos de fusão de empresas. A francesa Air Liquide anunciou uma oferta pela concorrente norte-americana Airgas, a finlandesa Nokia propôs-se comprar a Alcatel-Lucent, e a Marriott estuda a aquisição da Starwood Hotels & Resorts, negócio este que poderá dar origem ao maior grupo hoteleiro a nível mundial. A actividade de "mergers & aquisitions" durante 2015 apenas tem paralelo com os níveis registados em 2007, ou seja, antes da "grande recessão". Por seu turno, as acções do sector automóvel continuaram o processo de recuperação do escândalo que havia abalado a Volkswagen. Em suma, houve diversas oportunidades de "stock picking" no mercado dos "equities" para todos os jogadores durante esta última semana. Não obstante, mantenho a aposta no mercado de crude e derivados petrolíferos.
A nível macro, o índice de preços no consumidor da Zona Euro cresceu apenas 0,1% em Outubro. Consequentemente, torna-se cada vez mais provável o reforço da política de "quantitative easing" por parte do BCE de forma a dissipar os riscos de deflação. Com efeito, Mario Draghi já garantiu implementar todas as medidas não convencionais de política monetária necessárias para alcançar o objectivo de 2% para a taxa de inflação. Por outro lado, as minutas da reunião de Outubro da Fed, conhecidas na passada quarta-feira, deixam também antever uma subida das suas taxas de intervenção já em Dezembro de 2015. Conjugando os dois efeitos, e atendendo ao carácter díspar das actuações dos dois bancos centrais, é com naturalidade que se observa tendência descendente do "cross" Eur/Usd que na passada semana já cotou abaixo dos $1,07. Mais ainda, diversos analistas apontam já para a possibilidade de a paridade entre o euro e o dólar ser atingida a breve trecho (durante 2016). Atendendo a todo o manancial técnico disponibilizado pela plataforma de "trading" no mercado "forex", temos notado uma forte apetência por parte dos 'nossos' participantes em especular sobre a valorização do Usd face ao euro via CFD sobre taxa de câmbio.
Há ainda a destacar o efeito combinado do anúncio da DBRS sobre a manutenção da classificação e da perspectiva da dívida pública portuguesa como "investment grade" e das declarações do BCE conduziram a um alívio nas "yields" das obrigações do Tesouro portuguesas que conseguiram a melhor semana desde as eleições, com uma descida da taxa a 10 anos em cerca de 27 pontos base, de 2,756% para 2,485%.
9 de Novembro a 4 de Dezembro