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A covid-19 trouxe o cliente dos seguros para o centro

“Nunca mais vamos falar no contrato de seguros, mas na pessoa e nas suas necessidades. Só depois vêm os contratos, que são necessários para salvaguardar o cliente que valoriza”, defende Alexandre Ramos, da Liberty Seguros.

29 de Abril de 2020 às 15:30
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"Durante os últimos anos as seguradoras fizeram grandes investimentos tecnológicos e processuais e na formação dos colaboradores, o que permitiu que a resposta à crise pandémica tenha sido tão rápida", afirmou Alexandre Ramos, membro da equipa executiva e WEM Technology Leader da Liberty Seguros. Acredita que a maioria destas aprendizagens e destas práticas de ligação vai ficar.

Na Liberty Seguros, como é uma empresa norte-americana e internacional, já havia a prática do teletrabalho, mas nesta crise sanitária, "os desafios são muitos e a nossa prioridade foi a segurança dos empregados, não só por eles e pelas famílias, mas para garantir que se continuava a prestar o serviço. O que foi comum ao setor segurador, empresas de assistência, parceiros", salienta Alexandre Ramos.

Reconhece que os planos de contingência e de continuidade não estavam preparados para esta emergência, mas, observa, o reajuste foi rápido. Tem sido importante atividade e proatividade que a EIOPA e outros reguladores têm mostrado, e ajudaram a superar algumas dificuldades que se verificam no terreno.

Segundo Alexandre Ramos, há dois anos que a Liberty Seguros está num caminho que a leve a preparar-se tecnologicamente para lidar com as novas tendências. "Temos áreas laboratoriais em três cantos do mundo ajustadas a cada mercado para poder estudar a mobilidade, os que as pessoas fazem e como garantir esses riscos, preocupações que têm sido vertidas para a tecnologia, para os processos e para os estudos. Mais uma vez os reguladores e a EIOPA têm estado na linha da frente a tentar regulamentar algumas características que são fundamentais para as seguradoras se regerem", explica Alexandre Ramos.

Falta a massificação

Refere-se a tecnologias e processos que são conhecidos, mas ainda não foram massificados, "como o prémio de seguro orientado para a utilização, em que tal como na tecnologia já surgiu, que é pagar pelo que consome e não pagar por pagar. A mesma filosofia nos seguros com orientação para os serviços".

"O nosso esforço tem sido neste sentido e, falando apenas da Europa, já temos implementações na Irlanda e em Espanha destes ecossistemas, que vai ser fundamental que tenhamos a agilidade para aderir às inovações, para as tornar práticas, para pôr o cliente no centro", sublinha Alexandre Ramos.

Na sua opinião, a pandemia de covid-19 trouxe o cliente para o centro "e nunca mais vamos falar no contrato de seguros, mas na pessoa e nas suas necessidades. Só depois vêm os contratos, que são necessários para salvaguardar o cliente que valoriza".

Eventos como esta crise sanitária não vão ser únicos nesta linha do tempo e variações desta situação podem surgir e irão certamente ocorrer. "Nós como seguradora temos de nos preparar para estas situações, para esta agilidade e flexibilidade, a inovação que surge de todos os lados e que temos de as utilizar e as parcerias são fundamentais", disse Alexandre Ramos.

Salienta que os seguros não são só contratos, mas parcerias como a dos mediadores, que são fundamentais para prestar o serviço. É fundamental que este ecossistema funcione de uma forma ágil e justa. Reforçou que os "seguros não vão ser feitos da mesma maneira, com os mesmos intuitos e com as mesmas práticas e por isso todos nós temos de nos ir ajustando".

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