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Mediação tem de entrar na distribuição digital

Será esse o passo a fazer, “uma seleção dos mediadores entre os que têm capacidade de adaptação dos que não têm”, analisou Miguel Mamede.

29 de Abril de 2020 às 15:00
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"A capacidade de adaptação que existiu da rede de mediação, agentes e corretores a esta nova situação é algo que não deve ser posto de parte", afirmou Miguel Mamede, senior key account manager da Solera Portugal.

Esta reação foi sobretudo na ótica do serviço ao cliente "mas há que dar o passo seguinte, estender o braço do serviço ao cliente à própria distribuição digital", acrescentou o gestor.

Será esse passo a fazer "uma seleção dos mediadores entre os que têm capacidade de adaptação dos que não têm", analisou Miguel Mamede. Chamou ainda a atenção para o suporte que seguradoras devem dar a quem, no canal tradicional de agentes e corretores, tem vontade e está a tomar esta iniciativa para um aumento da presença do canal digital".

A distribuição digital tem ainda uma penetração muito baixa no mercado português apesar de algumas incursões por parte de seguradoras. "Tudo isto depende do maior ou menor apetite dos consumidores ou dos utilizadores para que os produtos sejam entregues dessa maneira", observou Miguel Mamede.

Mas vê sinais de mudança no horizonte, com uma comunidade que está muito propensa ao comércio online, que teve um crescimento de 200% na semana anterior à Páscoa com vendas de 187,5 milhões de euros.

Estão a ser criadas algumas condições, "até porque uma excelente oportunidade para incentivar o digital e o negócio digital na atividade seguradora, tanto para seguradoras, bancassurance e novos desafiadores como start-ups", disse Miguel Mamede.

Mudança nos seguros

O gestor da Solera em Portugal referiu que "a bancassurance é paralelamente à capacidade de adaptação que existe nos mediadores um canal privilegiado, porque já existe uma relação digital há muito tempo entre este canal e os seus utilizadores".

Por sua vez, Inês Raimundo, product & business development manager da Habit Analytics, falou da tecnologia da sua empresa que "permite a avaliação do risco em tempo real e por utilização. Em termos nacionais e europeu tem havido uma cada vez maior procura por parte dos consumidores de soluções mais transparentes e que realmente reflitam o risco que representam".

Sublinhou que o interesse das seguradoras por este tipo de tecnologia aumentou muito a partir de meados de março, quando milhões de automóveis ficaram estacionados por causa do confinamento, com o objetivo de "adaptar os seguros tradicionais a uma realidade diferente", realçou Inês Raimundo.

A gestora com uma carreira feita em várias start-ups em São Francisco, realçou ainda que várias seguradoras abordaram a Habit Analytics para "lançar novos produtos no canal digital com base em novos modelos em que cliente paga por utilização e não porque é um seguro obrigatório, como é o caso do automóvel. E, por outro lado, para utilizar o canal digital para ter mais pontos de contacto com o cliente ao longo do tempo e não apenas no pagamento do prémio e quando há um sinistro".

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