Será a cultura ou a economia? Esa questão enquadra grande parte do debate acerca do populismo contemporâneo. Será que a presidência de Donald Trump, o Brexit e a ascensão dos partidos políticos nativistas da ala direita na Europa Continental são a consequência de um crescente fosso de valores entre conservadores sociais e liberais sociais, com a canalização, pelos primeiros, do seu apoio a políticos xenófobos, étnico-nacionalistas e autoritários? Ou será que reflectem a angústia e a insegurança económica de muitos eleitores, alimentadas pelas crises financeiras, pela austeridade e pela globalização?