Sobreviver a um cancro e lutar para não perder o trabalho
O diagnóstico de doença oncológica obriga a repensar prioridades, a adiar a vida profissional e a um esforço para regressar ao trabalho. Ainda não existem leis com uma definição clara sobre o retorno gradual, faseado e ao ritmo de cada doente. Faltam apoios sociais claros para permitir que o trabalhador se sinta protegido. E o fosso entre a doença e as oportunidades laborais agiganta-se.
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"Nós, os doentes oncológicos, merecemos o local de trabalho. Em particular, sinto que tenho de estar sempre a provar que sou capaz", explica Sandra Duarte, 50 anos, de Vila Nova de Gaia. Depois de trabalhar 14 anos em atendimento ao público na área de crianças, sentiu a vida profissional dar uma reviravolta quando recebeu o diagnóstico de uma leucemia crónica, em 2019. E se antes trabalhava por turnos, o que equivalia a ter de fazer também o horário noturno, foi aconselhada pelo seu médico oncologista do IPO do Porto a deixar de o fazer para gerir melhor os tratamentos hospitalares regulares.
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