O setor da construção representa ainda cerca de 40% das emissões globais anuais de CO2. Para ajudar na sua descarbonização, a Saint-Gobain tem vindo a apoiar a transição do setor para soluções de construção leve e de baixo carbono. "O combate às alterações climáticas exige inovação tecnológica e a construção leve é um dos caminhos mais eficazes para descarbonizar a construção", afirma Asier Amorena, CEO da Saint-Gobain Portugal, e com um percurso de 22 anos na multinacional francesa.
As soluções de isolamento térmico, de materiais de baixo carbono, e sobretudo de construção leve, como sistemas de fachada e de divisórias internas não estruturais, podem representar, segundo a Saint-Gobain, menos 50% de carbono incorporado na estrutura dos edifícios, com uma redução equivalente no consumo de matérias-primas. Num edifício residencial, segundo a empresa, a redução da quantidade de materiais consumidos pode chegar aos 79%, "com a correspondente redução das emissões, contribuindo decisivamente para os objetivos de descarbonizar a construção e avançar para uma economia circular", nota o CEO da Saint-Gobain Portugal.

Asier Amorena
CEO da Saint-Gobain Portugal
Roadmap dá resultados
Mas esta é apenas uma dimensão do Roadmap da Sustentabilidade adotado pela Saint-Gobain em 2020, e que assenta não só na descarbonização da cadeia de valor do desenvolvimento de soluções sustentáveis (scope 3), como na redução da pegada nas operações (scopes 1 e 2), através do envolvimento de todos os stakeholders da empresa. A meta é clara: alcançar a neutralidade carbónica até 2050.
Para já, e até 2030, o objetivo deste roadmap é reduzir em 33% as emissões diretas (scopes 1 e 2) e em 16% as emissões indiretas (scope 3). Um caminho em que se fizeram já progressos importantes. No final de 2023, o Grupo Saint-Gobain já havia reduzido as suas emissões em 34% nos scopes 1 e 2, comparativamente a 2017. "Entre 2017 e 2023, reduzimos 8.800 toneladas nas emissões de CO2 nas operações e 20.000 toneladas na cadeia de valor, das quais 85% são provenientes de processos de compras e transportes", destaca Asier Amorena.
Os produtos comercializados pela empresa, "em que 72% das vendas globais já provêm de soluções sustentáveis, permitem ainda evitar a emissão de cerca de 1.300 milhões de toneladas de CO2, por ano, ao longo da sua vida útil", refere o CEO.
Portugal reduz emissões
Em Portugal, explica Asier Amorena, "o Grupo Saint-Gobain tem vindo também a apostar no desenvolvimento de iniciativas, e na introdução no mercado de soluções, que permitam contribuir para minimizar o impacto ambiental, por um lado, da nossa atividade e, por outro, do próprio edificado". No centro de produção do Carregado, a energia consumida é já 100% renovável, com uma instalação de painéis fotovoltaicos que evita a emissão de 77 toneladas de CO2 por ano. A ETARI da unidade permite ainda evitar o envio de 15 toneladas de resíduos líquidos para aterro.
Também a Saint-Gobain Abrasivos deu início, em 2024, à produção com energia solar, com 1.638 módulos fotovoltaicos instalados. "Esta mudança permitirá evitar a emissão de 258 toneladas de CO2 por ano", sublinha Amorena.
A Leca Portugal, outra empresa do grupo, substituiu os combustíveis fósseis por biomassa nos fornos industriais, prevendo-se a redução da emissão de 17 mil toneladas de CO2 só em 2025.
Aposta em produtos sustentáveis
Por outro lado, a Saint-Gobain tem apostado fortemente em soluções sustentáveis no mercado português. Aliás, como explica Asier Amorena, "grande parte das nossas soluções possuem uma Declaração Ambiental de Produto, com informação sobre o seu impacto ambiental, ao nível da saúde humana, ecossistemas e consumo de recursos materiais e energéticos". Para este efeito, a maioria dos produtos da Saint-Gobain já passou por uma Análise do Ciclo de Vida (ACV), com validação independente, contribuindo para certificações ambientais dos edifícios, como BREEAM ou LEED.
"A nossa ambição é que, em 2030, 100% das nossas vendas correspondam a produtos com Declaração Ambiental de Produto (DAP)", reforça o CEO. No capítulo da circularidade, é de referir que a empresa trabalha com operadores de gestão de resíduos para reutilizar resíduos nos seus processos. Em 2023, a Glassdrive Portugal, por exemplo, encaminhou para reciclagem mais de 150 toneladas de vidro automóvel.
Grupo envolve fornecedores
No que diz respeito à cadeia de valor da empresa, é de referir que, em 2023, 57% da eletricidade consumida pelo grupo era já de origem descarbonizada, graças a contratos de aquisição de energia renovável (PPA) assinados em várias regiões.
A nível global, a empresa tem agora mais de metade do seu consumo de eletricidade proveniente de fontes de baixo carbono. A estratégia de descarbonização estende-se também à cadeia de fornecimento. A Saint-Gobain avalia os fornecedores com base no compromisso climático, recolhe dados de emissões com análises verificadas por terceiros e constrói planos de ação conjuntos para reduzir a pegada de carbono.
Menos 33%
Emissões de CO2 nas operações (scopes 1 e 2) até 2030
Menos 16%
Emissões na cadeia de valor (scope 3) até 2030
Menos 90%
Emissões totais (scopes 1, 2 e 3) até 2050
Sustentabilidade como vantagem competitiva
Com 72% das vendas globais já provenientes de soluções sustentáveis, a Saint-Gobain procura demonstrar que a sustentabilidade é uma alavanca de valor para o setor. "A sustentabilidade não é apenas um imperativo ético ou legal – é uma vantagem competitiva real", conclui Asier Amorena.
Desta forma, e em linha com o seu propósito global — "Making the World a Better Home" —, a Saint-Gobain Portugal "quer continuar a liderar a transformação da construção num setor mais verde, mais eficiente e mais responsável", afirma o CEO. Uma ambição em que o cumprimento rigoroso do Roadmap da Sustentabilidade surge como a linha orientadora nesse caminho.