Atividade económica da Zona Euro avança em agosto, encomendas voltam a aumentar ao fim de 15 meses

O economista chefe do banco alemão HCOB destaca o desempenho robusto dos setores da indústria e dos serviços e diz que a política de Mercado Único da UE está a ajudar a reduzir o impacto das tarifas americanas.
Ricardo Ponte
Rui da Rocha Ferreira 21 de Agosto de 2025 às 10:27

O índice PMI (Purchasing Managers Index) "flash" composto da atividade económica na Zona Euro da S&P Global, compilado pelo banco alemão HCOB, foi de 51,1 pontos, o que representa um máximo de 15 meses e uma subida pelo terceiro mês consecutivo. Em julho, o valor tinha sido de 50,9.

A puxar pela atividade económica esteve o setor industrial, "no qual a produção aumentou a um ritmo sólido e foi o mais rápido em quase três anos e meio", lê-se no . Já a área dos serviços avançou pelo terceiro mês, ainda que de forma tímida (por exemplo, ficou abaixo do crescimento registado em julho). 

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O índice de atividade comercial foi de 50,7 pontos (menos do que os 51.0 de julho) e o da indústria foi de 52,3 pontos (acima dos 50,6 registados em julho).

O relatório destaca o segmento das "novas encomendas", que aumentou em agosto, colocando fim a um período de 14 meses de decréscimos.

índice PMI (Purchasing Managers Index) "flash" Zona Euro - agosto 2025
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Estes efeitos positivos da economia estão a refletir-se no mercado de trabalho, que registou criação de emprego pelo sexto mês consecutivo. O setor dos serviços foi o que mais contribuiu, enquanto o setor da indústria tem penalizado negativamente o mercado de trabalho.

Por fim, o relatório sublinha ainda que a pressão inflacionária voltou em agosto, com os custos de produção e os preços nos consumidores a aumentarem. Daí que a confiança dos empresários tenha diminuído pelo segundo mês consecutivo e registou o valor mais baixo dos últimos quatro meses.

O economista chefe do banco alemão HCOB, Cyrus de la Rubia, considera que, no global, o panorama económico "está a melhorar". "Apesar de obstáculos como as tarifas dos EUA e alguma incerteza geral, as empresas na Zona Euro parecem estar a lidar com a situação razoavelmente bem". No entanto, reconhece que há sinais aos quais é preciso prestar atenção. "A política comercial dos EUA está a deixar uma marca. As encomendas externas da Zona Euro no setor industrial baixaram pelo segundo mês consecutivo", analisou.

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(Notícia atualizada às 10:55 horas com mais informação do relatório)

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