Finanças arrancam ano com excedente de cerca de 1,2 mil milhões de euros
Após 2023 ter garantido excedentes em todos os meses do ano, o arranque do novo ano persiste com contas públicas excedentárias, ainda que a um nível mais baixo do que aquele que era alcançado no início do ano passado.
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Em janeiro, as administrações públicas obtiveram um saldo de cerca de 1,2 mil milhões de euros (1.177 milhões), indica nesta quinta-feira um comunicado do Ministério das Finanças em antecipação dos dados de execução orçamental que serão publicados pela Direção Geral do Orçamento.
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Face a um ano antes, o resultado do saldo é bastante inferior. Em janeiro do ano passado, o primeiro excedente de 2023 superava 2,1 mil milhões de euros.
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O que também surge neste primeiro mês de 2024 – insuficiente para perceber se as tendências de variação de agora serão persistentes ou impactadas por efeitos transitórios – é uma inversão naquele que era a evolução de despesa e receita em final do ano passado, quando a arrecadação crescia a um ritmo muito superior ao da despesa.
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O comunicado das Finanças alerta, aliás, que os dados referentes a apenas um mês de execução são "mais suscetíveis de registarem variações homólogas significativas que acabam por ser alisadas ao do ano com dados relativos a um maior número de meses".
Um dos dados em grande contraste com a situação do ano anterior diz respeito à evolução da receita fiscal, que em janeiro diminuía 8% por comparação com igual mês de 2023, no que se traduz em menos 358,4 milhões de impostos arrecadados.
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Esta evolução é influenciada pelo desempenho dos impostos indiretos, adiantam as Finanças.
As contribuições sociais, que refletem a evolução nos salários e no emprego, cresciam ainda 10%, de acordo com a nota.
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No conjunto, a receita das administrações públicas subia em janeiro apenas 0,4% face a um ano antes (cerca de 36 milhões de euros).
Já a despesa efetiva subia 15,7%. Sem o efeito de juros, contabilizando apenas despesa primária, a subida é de 14,1%, segundo antecipa o comunicado do Governo.
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Além dos juros pagos – o dobro de há um ano – o Ministério das Finanças destaca um aumento de 24,2% na despesa com pensões. Esta forte subida é no entanto resultado do facto de a base de comparação – janeiro de 2023 – incluir apenas parte daquela que foi a atualização destas prestações no ano passado, com a restante subida prevista na lei a efetivar-se apenas na segunda metade do ano. Em 2024, houve uma atualização a rondar apenas entre 5% e 6%.
Além deste efeito, o comunicado das Finanças refere "pagamento dos encargos relativos às retenções de IRS" para justificar a forte subida.
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Já a despesa com as restantes prestações sociais crescia 29%.
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Ainda, face a janeiro do ano passado os gastos com pessoal subiam 6,5%, enquanto a despesa com investimento – excluindo PPP – feita no início deste ano representava mais 37,8% que no mesmo mês de 2023.
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