Preço do polvo atinge máximos de 20 anos

O polvo é uma espécie mais apreciadas pelos portugueses. A par da preferência sobem as receitas, as importações e o preço médio.
Ana Batalha Oliveira 31 de Maio de 2019 às 13:17

O polvo é uma das seis espécies de pescado favoritas no país, nota o Instituto Nacional de Estatística (INE), a propósito do Dia Nacional do Pescador. E os preços têm subido e já estão no nível mais alto dos últimos vinte anos.

 

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O preço médio do polvo em 2018 foi de 7,06 euros por quilo, um recorde em 20 anos. Esta tornou-se a espécie que "mais receita tem gerado no mercado de primeira venda" nos últimos cinco anos, conta o INE nas Estatísticas da Pesca para 2018, publicadas esta sexta-feira, 31 de maio.

 

Os preços do polvo cresceram acima do pescado transacionado. Houve outras espécies cujos aumentos de preços foram superiores à média do pescado: o quilo da sardinha (com uma subida de 4,1 vezes), cavala (13,5 vezes), carapau (3,4 vezes), atum (1,8 vezes) e biqueirão (1,7 vezes).

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E com os preços cresceram as receitas. A venda em lota do polvo "atingiu 48 milhões de euros em 2018, cerca de 25% acima da receita gerada em 2017 e 28% superior à faturação média dos últimos 20 anos". Os portos do Algarve foram responsáveis por quase um terço desta receita.

 

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No ano passado foram capturadas em Portugal 6 774 toneladas de polvo. Isto é: 36,2% do total de moluscos e 5,3% do pescado descarregado em portos nacionais.

 

A captura em águas lusas do pescado fresco e refrigerado tem vindo a diminuir desde 1998, quando os pescadores pecavam 189,5 mil toneladas – em 2018 foram apenas 128,4 mil. Contudo, neste período, o polvo saiu pouco abalado: manteve-se sempre entre as espécies mais capturadas, não apresentou grandes variações nos volumes e aumentou mesmo o peso no total de capturas, de 4,9% entre 1998 e 2000 para 6,4% nos dois anos até 2018.

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Contudo, não é só pescar. O número de portugueses a pedir polvo nas bancas do país exige que exista importação – três vezes superior à quantidade que é capturada e em quantidades crescentes. Entre 2013 e 2018 as importações aumentaram 4,6%, para atingirem as 19,4 mil toneladas – o correspondente a 172,6 milhões de euros. Já a captura de polvo em águas nacionais diminuiu, no mesmo período 12,1%.

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