Quercus quer que gestão do Pinhal de Leiria deixe de estar focada na produção de madeira

João Branco considera que área ardida no Pinhal de Leiria representa "grande tragédia" para o país e espera que esta má notícia sirva ao menos para que o Estado aposte numa regeneração da zona centrada na conservação da natureza e combate às alterações climáticas".
João Branco
Sérgio Lemos
David Santiago 16 de Outubro de 2017 às 15:44

Depois de o presidente da câmara da Marinha Grande ter estimado que ardeu cerca de 80% do Pinhal de Leiria e numa altura em que será ainda necessário apurar com exactidão a dimensão dos estragos, o presidente da Quercus considera que "no imediato não há dúvida de que foi uma grande tragédia e grande perda para o país".

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João Branco justifica a sua afirmação com o facto de o Pinhal de Leiria representar "a maior área pública e a maior mata nacional do país, de longe". O engenheiro florestal acrescenta tratar-se de uma "catástrofe em termos ambientais já para não falar nas perdas económicas".

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Ainda assim, é possível olhar para a situação por um lado positivo. No entender do presidente da organização ambientalista é crucial aproveitar esta tragédia para corrigir estratégias erradas e ultrapassadas no tempo.

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Uma vez que o Pinhal de Leiria é composto por "muitos pinheiros adultos", a regeneração da área ardida acontece de forma "célere e natural", porém, será fundamental "conduzir a regeneração natural e aproveitar a ocasião para alterar alguns aspectos no ordenamento e na gestão do Pinhal de Leiria".

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Ao nível do ordenamento, João Branco propõe a "introdução de outras espécies folhosas" que permitam "compartimentar melhor o Pinhal nalgumas zonas".

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Contudo, é ao nível da gestão do Pinhal que João Branco identifica maiores deficiências considerando mesmo que "tem sido uma gestão com o mesmo objectivo de há 100 anos, produtivista e virada para a produção de madeira".

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"Não faz sentido que o Estado, que já detém uma área muito pequena, de cerca de 2% do território nacional, tenhas as suas matas afectas à produção", diz João Branco que propõe uma mudança de paradigma: "Têm que passar para a esfera da protecção e combate às alterações climáticas".  

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