Câmara de Lisboa aprova restrições ao alojamento local
A proposta para suspender a criação de novas unidades nas zonas do Bairro Alto, Madragoa, Castelo, Alfama e Mouraria, foi aprovada com votos favoráveis de PS, BE e PCP, e os votos contra de PSD e CDS-PP, transmitiram à agência Lusa fontes municipais.
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Segundo a proposta, que é assinada pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), a suspensão deverá abranger também zonas como o Príncipe Real, Graça ou o Cais do Sodré.
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Em declarações aos jornalistas na segunda-feira, o autarca explicou que esta moratória é válida por um ano, ou até estar aprovado o regulamento, documento que o executivo estima aprovar até Março do próximo ano.
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Agora que a restrição foi aprovada pelo executivo, seguirá para a Assembleia Municipal, e caso tenha o aval dos deputados poderá entrar em vigor mal esteja publicada em Boletim Municipal.
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Aos jornalistas, Medina estimou que isso possa acontecer "nas primeiras semanas de Novembro".
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Em declarações à agência Lusa no final da reunião de hoje, o vereador do CDS-PP João Gonçalves Pereira manifestou reservas quanto à suspensão, alegando ser "muita parra e pouca uva".
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"Há muita conversa para inglês ver, mas na prática os efeitos vão ser poucos ou nenhuns", salientou o eleito, falando numa medida "propagandística".
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Assim, o "CDS entende que devem ser tomadas algumas medidas, mas não desta forma", apontou.
Também João Pedro Costa, do PSD, está reticente em relação a esta proposta.
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"Esta suspensão tão pouco serve para resolver os problemas identificados nos bairros com maior pressão de alojamento local, seja o aumento de preços da habitação, do comércio e dos serviços locais, a gentrificação do comércio, os problemas cívicos e comportamentais, entre outros", afirmou.
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Apontando que o anúncio de Fernando Medina provocou uma "corrida desmesurada aos registos" de novas unidades turísticas, o social-democrata advogou que "a suspensão por um ano foi contraproducente e não vai servir para nada", considerando que a partir de agora o problema vai ser das áreas limítrofes às áreas que serão condicionadas.
Por seu turno, a comunista Ana Jara disse à Lusa que "é muito óbvio que se teria de travar" o registo de alojamentos locais, mas que esta suspensão deveria ter sido baseada também em factores "sociais e que afectam a economia local".
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Assim, a vereadora defendeu uma "discussão maior", bem como "uma política mais preventiva para não acontecer noutras zonas da cidade o que aconteceu nos bairros históricos".
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Já Manuel Grilo (BE) defendeu a necessidade de haver uma contenção preventiva noutros locais da cidade, bem como um "gabinete de fiscalização".
No encontro, a Câmara de Lisboa aprovou também uma operação de loteamento de iniciativa municipal, no âmbito do Programa da Renda Acessível, no Parque das Nações.
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Esta proposta contou com os votos favoráveis de PS e PSD, a abstenção de PCP e CDS-PP, e o voto contra de BE.
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Na mesma reunião, os vereadores iriam também apreciar alterações ao regimento da Câmara Municipal, a par da criação da Carta de Turismo de Lisboa, por iniciativa dos comunistas, mas estas propostas acabaram por ser adiadas.
Os vereadores iriam debruçar-se também sobre duas propostas, uma do BE e outra do PCP, relativas à prostituição, mas também essas foram adiadas.
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