Rendimento real das famílias portuguesas com maior queda da OCDE no início do ano
Após terem tido a maior subida trimestral em mais de quatro anos no final do ano passado graças a medidas de efeito temporário, os rendimentos reais das famílias residentes no país registaram no arranque de 2025 um significativo trambolhão, recuando em cadeia 4,5%, de acordo com cálculos publicados nesta quinta-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
A descida é a maior de entre os países da OCDE com dados disponíveis para o período analisado, ocorrendo num momento em que o grupo das economias que integram a organização assiste já a um abrandamento do ritmo de melhoria de rendimentos após o ajustamento à crise inflacionista. Em termos médios, o primeiro trimestre registou uma subida de 0,1% nos rendimentos reais na OCDE face ao trimestre imediatamente anterior.
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Os dados da OCDE, com base na evolução das contas nacionais, são disponibilizados para o agregado da população, ou seja, sem refletir a evolução média por habitante, e por isso suscetíveis às variações demográficas, designadamente, em países com fluxos migratórios significativos.
No caso de Portugal, a evolução do rendimento disponível ajustado à inflação ocorrida durante o primeiro trimestre está influenciada pelo forte efeito de base das medidas de redução extraordinária de retenções na fonte de IRS e de bónus a pensionistas que ocorreram no trimestre final do ano passado, período durante o qual o rendimento real das famílias teve um salto de 5% (o maior desde o verão de 2020, em período de reabertura económica e recuperação do choque inicial da pandemia).
Esta evolução dos rendimentos, fortemente transmitida ao consumo, resultou num forte aumento trimestral do PIB, de 1,4%, no trimestre final de 2024, sucedendo-lhe uma quebra de 0,4% no trimestre inicial de 2025. Já no segundo trimestre, a variação em cadeia do PIB foi de 0,6%.
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Mas Portugal não foi o único país a ter uma diminuição dos rendimentos reais no início deste ano. Os dados mostram que, entre as maiores economias da Zona Euro, Alemanha e Espanha registaram igualmente recuos trimestrais no rendimento real de 0,4% e 0,2%, respetivamente. Já França teve um ganho real limitado a 0,2% enquanto Itália conseguiu uma melhoria de 1%. Nos Países Baixos, as rendimentos das famílias subiram 0,3% em termos reais.
Nos Estados Unidos, por outro lado, o rendimento real das famílias teve uma evolução favorável com uma subida de 0,5%. No grupo das sete maiores economias do mundo, o G7, a subida foi de 0,3%.
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