Famílias nacionais viram rendimento real subir quase quatro vezes mais que a média da OCDE
Forte impulso do final do ano apoiou subida de 6,7% nos ganhos reais para os consumidores em 2024, no maior crescimento observado entre as economias da organização já com dados disponíveis.
Apoiados pelas reduções fiscais com efeito, sobretudo, no trimestre final do ano e pelas subidas de salários já num momento de abrandamento da inflação, os ganhos de rendimento real das famílias portuguesas superaram largamente os da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) no ano passado, crescendo praticamente quatro vezes mais, mostram dados publicados nesta terça-feira.
Nos cálculos da OCDE, o rendimento real das famílias nacionais terá crescido 6,7% no conjunto do ano, naquela que é a maior valorização observada nos dados já disponíveis e que incluem 16 dos 38 países da organização. Neste grupo estão, no entanto, as grandes economias da instituição sediada em Paris, como a Alemanha, França, Reino Unido, Espanha ou Estados Unidos.
A variação nacional nos rendimentos em Portugal, já após descontado o efeito da inflação, compara com 1,8% de subida na média do grupo agora calculada com os referidos dados parciais. A melhoria portuguesa fica a dever-se principalmente "às remunerações dos trabalhadores e a uma descida nos impostos pagos", destaca a organização que realiza os cálculos com base nos dados de contas nacionais e inflação verificada apurados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os dados trimestrais do ano mostram que o grande impulso para a subida portuguesa veio da reta final do ano, período marcado por significativas descidas de retenções na fonte de IRS destinadas a fazer refletir a redução de taxas de imposto aprovada pelo Parlamento no verão.
No quarto trimestre de 2024, o ganho real de rendimentos das famílias portuguesas foi de 5%, sucedendo a redução real de rendimentos de 1,02% no trimestre anterior, e a ganhos de 2,29% e 2,28% no segundo e primeiros trimestres do ano passado, respetivamente.
Nos mesmos períodos, em termos médios, as famílias da OCDE registaram ganhos de 0,5% (quarto trimestre), 0,2% (terceiro trimestre), 0,1% (segundo trimestre) e 0,9% (primeiro trimestre).
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