Banco de Portugal prevê queda da poupança em 2014
A evolução prevista do consumo privado e do rendimento disponível privado determina uma estabilização da taxa de poupança em 2013, seguida de uma redução muito gradual em 2014, indica o Boletim de Inverno do Banco de Portugal.
"Num quadro de significativa recuperação dos níveis de confiança das famílias, esta evolução reflecte em parte uma diminuição da poupança por motivos de precaução", explica o banco central no relatório divulgado esta terça-feira, 10 de Dezembro.
Ainda assim, destaca o Banco de Portugal, "a taxa de poupança deverá permanecer em níveis superiores aos valores médios observados desde a criação da área do euro".
"Para 2015 projecta-se uma virtual estabilização da taxa de poupança, num quadro de alguma recuperação do rendimento disponível real e em que a manutenção da taxa de desemprego em níveis elevados deverá contribuir para a persistência de níveis acentuados de incerteza, condicionando a poupança por motivos de precaução", antecipa a instituição liderada por Carlos Costa.
No relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal, divulgado a 25 de Novembro, os números indicavam que a taxa de poupança das famílias portuguesas tinha atingido os 11,9% do rendimento disponível no final do primeiro semestre de 2013 (nos primeiros seis meses de 2012 esta percentagem tinha sido de 9,2%).
Neste relatório, o banco central destacava que num "contexto de incerteza elevada" é normal que se verifique um aumento da taxa de poupança, com as famílias a arranjarem formas de protecção. "Este aumento estará a reflectir uma alteração de comportamento das famílias no sentido de adequarem o consumo a um nível de rendimento permanente inferior ao perspectivado antes da crise", referia o relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal.
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