Eurostat confirma abrandamento da inflação da Zona Euro para 1,9% em maio
Variação homóloga do IHPC retomou uma trajetória de desaceleração na Zona Euro, após ter estabilizado nos 2,2%. Preço dos serviços tem maior abrandamento desde o início do atual ciclo inflacionista. Inflação nos alimentos acelera e fica taco a taco com a dos serviços.
O Eurostat confirmou esta quarta-feira que a taxa de inflação da Zona Euro desacelerou três décimas para 1,9% em maio, em linha com a estimativa rápida divulgada. O abrandamento da variação homóloga do índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) nos países da moeda única acontece numa altura em que o preço dos serviços tem maior abrandamento desde o início do atual ciclo inflacionista.
Os dados finais do Eurostat revelam que o IHPC relativo à alimentação, álcool e tabaco registou uma variação homóloga de 3,2%, em vez dos 3,3% inicialmente divulgados. Em comparação com o mês de abril, o IHPC dos alimentos acelerou duas décimas, fixando-se numa taxa idêntica à registada no IHPC dos serviços, que até então estavam a puxar sistematicamente pela inflação na Zona Euro. Em maio, a variação homóloga do IHPC dos serviços foi de 3,2%, face aos 4% do mês anterior, sendo esta a maior descida desde o início do atual ciclo inflacionista.
Já os índices de preços relativos à energia e aos bens industriais não-energéticos estabilizaram em maio. A variação homóloga do IHPC da energia foi de -3,6%, enquanto a variação homóloga do IHPC dos bens industriais não-energéticos foi de 0,6%.
A inflação subjacente, que exclui os produtos que estão mais sujeitos a grandes variações de preços (alimentos e energia), abrandou de 2,7% para 2,3% em maio. Este indicador é acompanhado de perto pelo Banco Central Europeu (BCE) para definir o rumo a dar à política monetária, já que este permite perceber até que ponto é que a inflação se espalhou na economia, nomeadamente na educação e saúde que têm preços habitualmente mais estáveis.
No início do mês, o BCE decidiu avançar com um novo corte de juros, o oitavo desde o início do atual ciclo inflacionista. A taxa de juros de referência na Zona Euro caiu para 2%, sendo que a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, sinalizou que o ciclo de cortes de juros pode ter chegado ao fim ou, pelo menos, entrar em momento de pausa.
Inflação na UE desacelerou para 2,2%
No conjunto dos 27 Estados-membros, a variação homóloga da inflação na União Europeia (UE) foi de 2,2%, um valor que compara com 2,4% observados em abril. Em comparação com o mês anterior, a taxa de inflação desacelerou em 14 Estados-membros, permaneceu estável em um e acelerou em 12. Em Portugal, o IHPC terá desacelerado 2,1% para 1,7% em maio, um valor baixo da média da Zona Euro e da UE.
As taxas de inflação mais baixas foram observadas em Chipre (0,4%), França (0,6%) e Irlanda (1,4%). Em sentido oposto, as taxas mais elevadas foram observadas na Roménia (5,4%), Estónia (4,6%) e Hungria (4,5%).
(notícia atualizada às 10:32)
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