Portugueses menos pessimistas sobre desemprego e poupança
A confiança dos consumidores portugueses na evolução do desemprego e da sua capacidade de poupança é, nos dois primeiros meses do ano, um pouco menos pessimista.
O indicador calculado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) a partir de inquéritos a particulares dá conta de um desanuviamento das expectativas negativas, apontando para um alívio em todos os indicadores.
Além do desemprego e da poupança, os portugueses estavam também em Fevereiro menos desconfiados sobre a situação económica do país e do seu próprio agregado familiar no horizonte de 12 meses. Este conjunto de indicadores, que compõem o indicador global de confiança dos consumidores, resultam numa melhoria global da confiança dos portugueses, que passou de -58,4 em Dezembro para -57.8 em Janeiro e -52.8 em Fevereiro.
Esta melhoria ocorre numa altura em que as perspectivas macroeconómicas para 2013 se tornam mais sombrias: o desemprego atingiu no final do ano passado 16,9% da população activa, e o Governo acaba de reconhecer que a recessão será este ano pelo menos o dobro do inicialmente antecipado.
Apesar das estimativas, os inquéritos às empresas também dão conta de uma melhoria no indicador de confiança. Empresários da indústria transformadora, da construção e obras públicas, do comércio e dos serviços, em qualquer dos casos houve um alívio no pessimismo.
As respostas de famílias e empresários portugueses estão alinhadas com as dos congéneres europeus. Dados análogos ontem divulgados pelo Eurostat revelam uma melhoria do sentimento económico destes agentes em Fevereiro, dando continuidade a uma tendência iniciada em Outubro/Novembro de 2012.
O sentimento dos empresários e dos consumidores ainda não reflectem, contudo, os efeitos dos resultados das eleições em Itália, que deverão acrescentar nova instabilidade sobre as condições de financiamento dos países europeus.
A Zona Euro fechou 2012 a contrair 0,6% no quarto trimestre, e as estimativas para este ano dão conta de um percurso igualmente débil, ao oscilarem entre a manutenção da recessão ou um crescimento muito mitigado.
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