O Banco de Portugal reviu novamente em baixa a procura externa dirigida à economia portuguesa. Este é, no entender dos economistas do banco, um dos factores distintivos desta crise, explicando em parte a recuperação lenta que se está a verificar.

Nas previsões do banco central, a procura externa dirigida à economia portuguesa deverá contrair 0,5% este ano (pior em 0,8 pontos que o valor previsto no Boletim de Inverno). Para 2014, o banco central aponta para uma recuperação que, embora 0,5 pontos abaixo da previsão anterior, permite, ao crescer 4,2%, suportar a inversão da queda da economia prevista para o próximo ano.

De acordo com as previsões divulgadas esta terça-feira, 26 de Março, pelo banco central, as exportações deverão crescer 2,2% e 4,3%, em 2013 e 2014, respectivamente, o que significa um ganho contínuo de quotas de mercado nos dois anos.

Nas crises anteriores (1993, 2003), contas do banco central apontam para que cinco anos após o choque recessivo, a procura externa tenha recuperado e atingido valores  cerca de 40% acima do nível registado no ano antes da crise. Já na actual crise, cinco anos após o choque, a procura externa estará ao mesmo nível de 2008.