9% foram infetados por transmissão social
A ministra da Saúde, no briefing diário, revelou que a "continuamos a estimar que o número máximo de incidência da infeção ocorreu de 23 a 25 março".
Foram hoje revelados no briefing da DGS e Ministério da Saúde novos dados referentes aos critérios epidemiológicos que têm estado a ser medidos para levantar medidas de confinamento.
Segundo foi relembrado o número médio de contágio causado por cada infetado (designado por R0) até 16 março estava nos 2,08, podendo o intervalo ser de entre 1,97 e 2,19. "Continuamos a estimar o número máximo de incidência da infeção entre 23 e 25 março", realçou Marta Temido, ministra da Saúde, não atualizando este indicador.
Mas há outro indicador, que é o número médio de casos secundários resultantes de um caso infetado medido em função do tempo (o RT), calculado à medida que a epidemia avança, medido ao longo tempo, que tem dados mais recentes. Nos cinco dias de 16 a 20 abril o valor estava nos 1,04, variando de 0,99 no Norte e 1,2 na região de Lisboa e Vale do Tejo. O que deixa antecipar que "o máximo da incidência da infeção já terá ocorrido". O risco subiu "um bocadinho".
Com base nestes dados, Marta temido realçou que, à nona semana desde o primeiro caso confirmado, "a doença não está ultrapassada", pelo que "mantém-se a necessidade de cumprimento disciplinado das medidas de saúde pública, o distanciamento soicial mantém-se necessário, a higienização e o uso de máscara social quando nos encontramos ou viermos a encontrar em espaço fechados com número significativo de pessoas. Quando isso vier a acontecer não é o caso atual".
A ministra da Saúde realçou que a as medidas de combate são reavaliadas "permanentemente", e garantiu: "Não haverá um regresso à normalidade tal como a conhecíamos. Temos de aprender a viver com a doença até que uma vacina ou tratamento sejam desenvolvido".
Na conferência de imprensa de hoje foi ainda revelado a primeira análise aos casos infetados. Os dados referem-se a 2.958 casos infetados, de um total de 4.470, de 18 a 24 de abril. Desses 2.958 casos, havia informação em 44% sobre o tipo de transmissão.
Dos casos em que havia informação, 30% dos casos o local de transmissão foi o da coabitação com um infetado; 25% dos casos correspondiam a situações de surto – em instituições coletivas, lares, IPSS, hostel, e uma empresa – e, "apesar das restrições do Estado de Emergência" 9% foi por transmissão social, em contacto com amigos, familiares não coabitantes. Por isso, Marta Temido deixou o apelo para que "ninguém baixe as medidas de prevenção".
Quanto à questão da medição da temperatura, Marta Temido diz que os trabalhadores devem, eles próprios, terem a preocupação de medir a temperatura duas vezes por dia, e se detetarem desvios do perfil normal avisarem a entidade empregadora e não irem trabalhar.
(notícia corrigida. O valor de 2,08 de R0 é de 16 de março)
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