Filme de Terry Gilliam vai beneficiar de novo incentivo fiscal português
O filme "O homem que matou Dom Quixote", que o realizador norte-americano Terry Gilliam - está a rodar em Portugal, vai beneficiar do novo sistema de incentivos fiscais criado pelo Governo português para atrair produções cinematográficas estrangeiras.
Terry Gilliam foi um dos membros do grupo humorístico de origem britânica Monty Python, que protagonizou uma série de televisão e vários filmes.
Pandora da Cunha Telles, co-produtora, explicou à agência Lusa que "O homem que matou Dom Quixote", com parte da rodagem a decorrer em Portugal, "será o primeiro a beneficiar do novo sistema incentivos fiscais ao cinema".
Com este incentivo fiscal, o Governo prevê que produtoras estrangeiras tenham um crédito, se quiserem trabalhar em Portugal. Esse crédito fiscal traduz-se numa dedução à colecta do IRC, que é apurada sobre as despesas da produção cinematográfica, igual ou superior a um milhão de euros.
O programa abrange "obras cinematográficas de iniciativa estrangeira realizadas com produtores nacionais ou com produtor executivo nacional, obras em co-produção internacional e também obras de produção nacional", lê-se no decreto-lei.
O "tecto máximo de crédito fiscal a atribuir anualmente" é de sete milhões de euros em 2017, dez milhões de euros em 2018 e de 12 milhões de euros a partir de 2019.
Por causa deste incentivo fiscal, foi criado um portal - www.picportugal.com - com informações sobre Portugal, precisamente para captar a rodagem de mais produções cinematográficas estrangeiras.
Na página são elencados atributos, elogios e dados estatísticos sobre o país, nomeadamente sobre tipos de paisagem, monumentos, edifícios emblemáticos e históricos, assim como informações sobre legislação, produtoras e outras entidades portuguesas.
Quem fizer pesquisas em PicPortugal poderá encontrar um resumo sobre o clima ameno, sobre a diversidade de paisagens - dos 800 quilómetros de costa até às aldeias históricas do interior passando pelos parques naturais -, sobre castelos, palácios e arte urbana.
Estão ainda elencadas algumas das "film commission" (comissões de cinema) existentes no país, estruturas que já promovem regiões para a rodagem de produções de cinema, televisão ou publicidade.
Há ainda uma lista de vários filmes estrangeiros que tiveram Portugal como cenário ou contaram com elenco e técnicos portugueses, como "Belle Époque" (1992), de Fernando Trueba, "A rainha Margot" (1994), de Patrice Chereau, "A nona porta" (1999), de Roman Polanski, e "A fidelidade" (2000), de Andrzej Zulawski.
De acordo com dados do ICA, o sector do cinema, audiovisual e multimédia em Portugal representava, em 2012, cerca de 6.800 trabalhadores, 811 empresas e um volume de 949 milhões de euros em vendas, dos quais apenas 73 milhões de euros eram para exportação.
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