pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Governo: Esclarecimentos sobre Tancos só podem ser dados por Ministério Público

O Ministério da Defesa afirmou hoje que cabe ao Ministério Público dar esclarecimentos sobre a investigação a Tancos, concordando com o Presidente da República de que esta não pode ser prejudicada por qualquer questão entre as entidades policiais envolvidas.

Azeredo lopes angola
Azeredo lopes angola Lusa
15 de Julho de 2018 às 17:07

"Relativamente à informação vinda a público sobre alegadas discrepâncias entre entidades policiais que investigam o furto de material militar em Tancos, recorda-se, mais uma vez, que o processo de investigação, em segredo de justiça, é dirigido pelo Ministério Público", refere um comunicado de três pontos emitido hoje pelo Ministério da Defesa.

"Os esclarecimentos sobre o andamento da investigação, que todos aguardamos, só podem, portanto, ser prestados pelo Ministério Público", acrescenta esta nota de imprensa.

O comunicado não confirma ou nega essas discrepâncias noticiadas pelo semanário Expresso, segundo o qual o material que foi furtado do quartel de Tancos, Santarém, em 2017, ainda não foi todo recuperado, existindo granadas e explosivos por devolver.

Por outro lado, a nota do Ministério da Defesa faz questão de referir que, "como afirmado pelo senhor Presidente da República em nota sobre este assunto, 'nenhuma questão envolvendo a conduta de entidades policiais encarregadas da investigação criminal, sob a direcção do Ministério Público, poderá prejudicar o conhecimento, pelos Portugueses, dessa investigação'".

O Expresso fala de um clima de desconfiança entre a Polícia Judiciária e a Polícia Judiciária Militar, órgãos de polícia criminal envolvidos no inquérito-crime aberto a 04 de julho para investigar o furto de Tancos, coordenado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Na sequência da notícia do Expresso, divulgada 'online' na sexta-feira à noite, PSD, CDS-PP e PCP exigiram no sábado esclarecimentos urgentes ao Governo, com sociais-democratas e democratas-cristãos a não fecharem a porta à realização de uma comissão parlamentar de inquérito.

Na sexta-feira à noite, a notícia do Expresso levou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a fazer um novo comunicado sobre esta matéria, na página oficial da Presidência, reafirmando a exigência de esclarecimentos cabais de modo "ainda mais incisivo e preocupado".

"E tem a certeza de que nenhuma questão envolvendo a conduta de entidades policiais encarregadas da investigação criminal, sob a direcção do Ministério Público, poderá prejudicar o conhecimento, pelos portugueses, dos resultados dessa investigação. Que o mesmo é dizer o apuramento dos factos e a eventual decorrente responsabilização", acrescentou ainda o chefe de Estado, ponto agora repetido pelo Governo.

O furto de material militar dos paióis de Tancos -- instalação entretanto desactivada -- foi detectado a 28 de Junho durante uma ronda móvel, pelas 16:30, por um sargento e um praça ao serviço do Regimento de Engenharia 1.

Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e grande quantidade de munições.

A 18 de Outubro passado, a Polícia Judiciária Militar recuperou, na zona da Chamusca, quase todo o material militar que tinha sido furtado da base de Tancos no final de Junho, à excepção das munições de 9 milímetros.

Contudo, entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, num local a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do que tinha sido roubado, o que foi desvalorizado pelo Exército e atribuído a falhas no inventário.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio