Economia europeia “não pode ser liderada em função dos humores da administração Trump”
A CIP, que defendeu o lay-off simplificado como resposta à crise gerada pelas tarifas, diz agora que ainda não é o momento para uma medida tão “extrema”. Patrões esperam diálogo com os Estados Unidos para evitar “esta política errática”.
A Confederação Empresarial (CIP), que tinha admitido na segunda-feira o acesso ao lay-off simplificado como resposta às dificuldades criadas pela guerra comercial, considera agora que não é o momento para uma medida "tão extrema".
Numa conferência de imprensa marcada para apresentar propostas aos partidos, as confederações patronais pediram um entendimento com os Estados Unidos que evite esta política "errática".
Quanto ao lay-off simplificado, que a CIP tinha admitido na segunda-feira, "não é neste momento ainda o tempo para abordarmos este ponto", respondeu Armindo Monteiro, presidente da Confederação Empresarial.
"Entendemos [o lay-off simplificado] como uma medida forte, extrema, e neste momento a situação não está ainda extremada", disse, sugerindo que se "guarde" esta medida para um momento posterior.
O lay-off simplificado, muito usado na pandemia por ter regras mais ágeis, exigiria uma alteração legislativa por parte de um governo que está em gestão. Questionado sobre se é expectável que a indústria recorra mais ao lay-off clássico do Código do Trabalho, que está e sempre esteve em vigor, o presidente da CIP não respondeu.
Como "qualquer guerra", a guerra comercial "vai ter de terminar numa base negocial e diplomática", tinha já dito no início da conferência de imprensa. "O que esperamos é que haja rapidamente um diálogo entre as partes" – Estados Unidos e União Europeia – "para diminuirmos um pouco esta política errática".
"A economia europeia não pode ser liderada em função dos humores da administração Trump", concluiu, sugerindo que havendo variáveis que se controlam e outras que não, o investimento seja feito "nas variáveis que controlamos".
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