EUA abrem investigação comercial à China antes de reunião entre Trump e Xi Jinping
A iniciativa surge poucos dias antes da reunião entre os líderes dos dois países na Coreia do Sul.
Os Estados Unidos anunciaram esta sexta-feira uma investigação sobre o alegado incumprimento, por parte da China, do acordo comercial de 2020, poucos dias antes da reunião entre os líderes dos dois países na Coreia do Sul.
O representante do Comércio da Casa Branca, Jamieson Greer, disse que a medida "reforça o compromisso do Governo em impor à China a primeira fase do acordo, que protege os agricultores, trabalhadores e empresários norte-americanos".
O acordo, negociado durante o primeiro mandato do Presidente Donald Trump, previa que Pequim aumentasse significativamente as importações de produtos agrícolas e industriais dos Estados Unidos, para reduzir o défice comercial bilateral, mas nunca chegou a ser aplicado.
A investigação visa determinar "os efeitos e restrições ao comércio norte-americano resultantes do incumprimento por parte da China" e definir "as ações que devem ser tomadas em resposta", acrescentou Greer, sublinhando o objetivo de alcançar "uma relação comercial mais equilibrada que beneficie o povo norte-americano".
O processo inclui uma fase de consulta pública e duas audições em dezembro, permitindo a apresentação de contributos por escrito de empresas e organizações afetadas.
A decisão surgiu num contexto de crescente tensão entre Washington e Pequim.
No início de outubro, a China anunciou novos controlos sobre a exportação de terras raras e tecnologias de refinação --- materiais essenciais para setores estratégicos como o digital e a defesa ---, o que foi classificado por Trump como uma "medida hostil".
O Presidente norte-americano ameaçou Pequim com "retaliações maciças", incluindo tarifas de 100% sobre produtos chineses e a suspensão do encontro bilateral previsto para a cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), na Coreia do Sul.
Apesar da escalada verbal, Trump confirmou, entretanto, que se vai encontrar com o Presidente chinês, Xi Jinping, a 30 de outubro, afirmando esperar "chegar a um acordo sobre todas as questões".
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