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Lagarde alerta para riscos de novas tensões comerciais com EUA nas exportações e consumo

Apesar do acordo com a Administração Trump que colocou a maior parte das tarifas nos 15%, "subsistem riscos de que novas tensões comerciais venham a afetar as exportações, o investimento e o consumo", alertou Christine Lagarde.

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu
Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu Ronald Wittek/EPA
19:10

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou esta segunda-feira para o risco de eventuais novas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE) nas exportações, investimento e consumo na zona euro.

"Os riscos para o crescimento económico tornaram-se mais equilibrados, uma vez que diminuiu a probabilidade de materialização de riscos negativos relacionados com tarifas, graças ao novo acordo comercial [entre UE e Estados Unidos]. No entanto, subsistem riscos de que novas tensões comerciais venham a afetar as exportações, o investimento e o consumo", alertou Christine Lagarde.

Na sua audição regular perante a comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, realizada à margem da sessão plenária da instituição na cidade francesa de Estrasburgo, a presidente do BCE indicou que, nos últimos meses, a área da moeda única enfrentou "um período de maior incerteza", antes de a UE e os Estados Unidos chegarem, no verão, ao acordo comercial para tarifas norte-americanas de 15% a produtos europeus.

Apesar de tal consenso, "há sempre um grau de incerteza que é remanescente ou recorrente", admitiu a responsável.

"O fraco desempenho das exportações - devido às tarifas mais elevadas, a um euro mais forte e à intensificação da concorrência global - deverá conter o crescimento no restante do ano, mas o impacto destes ventos contrários deverá diminuir no próximo ano", adiantou.

Acresce que, de acordo com Christine Lagarde, também "as tensões geopolíticas continuam a ser uma fonte significativa de incerteza".

"Em contrapartida, maiores despesas em defesa e infraestruturas e reformas que aumentem a produtividade poderiam impulsionar o crescimento", sugeriu.

Para Christine Lagarde, esta maior incerteza política é "uma oportunidade única para reforçar o papel global do euro", o que traria "benefícios tangíveis" como a sua maior utilização nas faturas comerciais, a redução de custos de transação e a proteção dos preços europeus contra a volatilidade cambial.

O BCE estima que a economia da zona euro cresça 1,2% em 2025, 1% em 2026 e 1,3% em 2027.

No que toca à inflação, tem-se mantido em torno dos 2%, a percentagem definida pelo banco central para estabilidade dos preços, mas segundo Christine Lagarde "o processo desinflacionário terminou", o que será tido em conta nas próximas reuniões sobre política monetária.

As projeções do BCE revelam que a inflação global se deverá situar em média nos 2,1% em 2025, em 1,7% em 2026 e em 1,9% em 2027.

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