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Lei dos compromissos "destruiu" a Associação Nacional de Municípios

O congresso dos autarcas acabou em confusão: houve trocas de palavras entre Fernando Ruas e Rui Solheiro e o histórico Jaime Soares disse que os autarcas do PS e da CDU "destruíram" a Associação Nacional de Municípios. Já se fala em eleições na ANMP.

29 de Setembro de 2012 às 21:09

A votação de moções submetidas por autarcas do PS e do PSD, sobre a lei dos compromissos, dividiu a direcção da Associação Nacional de Municípios (ANMP) e originou troca de palavras entre Fernando Ruas e Rui Solheiro. Houve uma clara divisão entre as moções apresentadas pelo PSD e pelo PS. Quando a do PS foi aprovada, com 210 votos a favor e 98 contra, estalou o verniz: a grande maioria dos autarcas do PSD abandonaram o auditório do Centro Nacional de Exposições de Santarém. Cá fora, vários diziam que vai ser necessário convocar em breve um Congresso Electivo.

Jaime Soares era um dos mais enervados com o resultado do congresso e lançou fortes críticas a Mário de Almeida. “Foi o coveiro da Associação Nacional de Municípios”, acusou, afirmando que o autarca de Vila do Conde, eleito pelo PS, “conduziu o congresso como quis” de forma a conduzir à divisão final que se registou, e pôs “interesses do partido” à frente dos dos autarcas.

“Deu uma machadada na Associação Nacional de Municípios”, acusou Jaime Soares, eleito pelo PSD.

Ficou evidente a fractura entre os autarcas do PSD e os autarcas do PS e da CDU, e tudo por causa de moções que foram apresentadas pelos autarcas do PSD e do PS, que alteravam as conclusões do Conselho Directivo da ANMP. Socialistas e social-democratas apresentaram uma moção cada um a propor alterações às conclusões sobre a lei dos compromissos. Os social-democratas sugeriram uma suspensão, para fazer uma avaliação até final do ano; os socialistas propuseram a “revogação imediata” da lei. O PSD retirou a sua em nome do "consenso".

“Vocês destruíram a Associação Nacional de Municípios”

A forma de votação das propostas – primeiro as moções e só depois as conclusões – causou a fúria de vários autarcas do PSD. Jaime Soares chegou mesmo a abordar Mário de Almeida durante a condução dos trabalhos, o que levou o autarca de Vila do Conde a reagir: “queres falar, esperas. Não recebo lições de nenhum Jaime Soares”. Um nível de diálogo que evidenciava a fractura que os opunha.

Já quando os autarcas do PSD estavam a abandonar a sala do Centro Nacional de Exposições de Santarém, Jaime Soares, histórico autarca de Vila Nova de Poiares, vociferou: “vocês destruíram a Associação Nacional de Municípios”, dirigindo-se para os autarcas do PS e CDU, que votaram favoravelmente a moção socialista. Foi o final do consenso que sempre uniu os vários partidos da direcção da ANMP. O próprio vice-presidente Rui Solheiro, do PS, fez uma afirmação duríssima para com Fernando Ruas. “Não aceito lições de dignidade de ninguém, nem de Fernando Ruas”, garantiu, após ter dito que as conclusões da ANMP foram aprovadas em consenso mas não unanimidade.

Pedro Pinto, líder dos autarcas do PSD, disse ao Negócios que “fizemos todos os possíveis para conseguir um consenso”, referindo-se à retirada da sua moção. Pedro Pinto lamentou a posição dos autarcas dos outros partidos. Nas conversas entre os autarcas social-democratas ficou evidente que se entende que Fernando Ruas deve convocar eleições. Outra questão levantada foi a falta de quórum entre os autarcas que votaram.

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