Mariana Mortágua e Sofia Aparício detidas pelas autoridades israelitas
Num direto numa rede social, a líder do Bloco de Esquerda referiu que a embarcação onde seguia, incluída na flotilha humanitária que se destinava a Gaza, estava a ser intercetada por navios israelitas.
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A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, e a atriz Sofia Aparício, foram esta quarta-feira detidas por Israel, após a interceção da embarcação onde seguiam, integrada na flotilha humanitária para Gaza, adiantou à Lusa a dirigente bloquista Joana Mortágua.
Manifestando repúdio pela detenção, Joana Mortágua realçou que é ilegal, acrescentando que ainda não tinha informações sobre o outro português integrado na flotilha, o ativista Miguel Duarte, nem sobre a embarcação onde seguia.
"Pela informação que temos [a interceção das forças israelitas] foi feita em águas internacionais, é ilegal esta ação [de Israel], para impedir a implementação de um corredor humanitário para levar comida a medicamentos à Faixa de Gaza", vincou.
Num direto na rede social Instagram, Mariana Mortágua referiu, pelas 19:45 (hora portuguesa), que a embarcação onde seguia estava a ser intercetada por navios israelitas.
Depois, a deputada indicou que os israelitas pediram para falar com o capitão da embarcação, com o direto a terminar pouco depois.
À Lusa, Joana Mortágua referiu ainda que as duas portuguesas estão incontactáveis desde o momento do contacto com as autoridades israelitas, relatando que no final do direto da coordenadora do Bloco de Esquerda se ouviu as autoridades a bordo da embarcação a mandar que todos os ocupantes atirassem os telemóveis à água.
A Flotilha Global Sumud também indicou no Instagram, pelas 19:43, que várias embarcações integradas na flotilha estavam a ser "ilegalmente intercetadas".
"As câmaras [das embarcações] estão offline e militares israelitas estão a aceder às embarcações. Estamos ativamente a trabalhar para confirmar a segurança e o estado de todos os ativistas a bordo", relatou a mesma fonte.
"Trata-se de um ataque ilegal contra trabalhadores humanitários desarmados. Apelamos aos governos e às instituições internacionais para que exijam a sua segurança e libertação imediatas", indicou a mesma fonte, numa publicação pelas 21:00.
Joana Mortágua referiu ainda à Lusa que o Governo português já foi informado que foi perdido o contacto com os portugueses a bordo da flotilha.
"Esperamos proteção de todos os membros da flotilha e sanções a Israel. Isto é insuportável, Israel está a deter ilegalmente, aparentemente em aguas internacionais ativistas que estão a estabelecer um corredor humanitário", vincou, depois de questionada sobre o que espera do Governo português.
A flotilha humanitária, composta por cerca de 50 embarcações (incluindo uma com bandeira portuguesa), partiu de Espanha com o objetivo de romper o bloqueio israelita e entregar mantimentos à Faixa de Gaza, iniciativa rejeitada por Telavive que argumenta que a ação é apoiada pelo grupo extremista palestiniano Hamas.
Três portugueses -- a líder bloquista, Mariana Mortágua, o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício -- integram a Flotilha Global Sumud, que foi intercetada por navios israelitas quando se encontrava a cerca de 80 milhas náuticas de Gaza.
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