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Montenegro diz não acreditar que PS queira descaracterizar o OE

Montenegro disse acreditar "na palavra dos principais responsáveis políticos, aqueles que ainda por cima têm responsabilidades acrescidas".

Luís Montenegro no 42.º Congresso do PSD em Braga em outubro de 2024
Luís Montenegro no 42.º Congresso do PSD em Braga em outubro de 2024 Hugo Delgado/Lusa
19 de Outubro de 2024 às 11:19

O presidente do PSD disse este sábado não acreditar que o PS, depois de anunciar a viabilização do Orçamento do Estado, pretenda agora "adulterá-lo ou descaracterizá-lo" na especialidade, considerando "pouco edificante lançar esse anátema" sobre o líder socialista.

"Eu não acredito que um partido com a história e a responsabilidade do PS anunciasse a viabilização de um Orçamento ao mesmo tempo que quisesse adulterá-lo ou descaracterizá-lo. Não acredito nisso, sinceramente", afirmou Luís Montenegro à chegada ao 42.º Congresso do PSD, que se realiza este fim de semana em Braga.

Luís Montenegro tinha sido questionado se ficou com receio das declarações do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de que parte para o processo de discussão na especialidade do Orçamento do Estado com "toda a liberdade".

Na resposta, o também primeiro-ministro disse que não, considerando que "os políticos, todos eles, sobretudo os que têm responsabilidades de liderança, têm de ser consequentes com aquilo que é a sua relação com o país, com o povo português".

"Nem sequer acho que seja edificante lançar sobre o secretário-geral do PS esse anátema de que ele vai ter uma escondida pretensão agora de aproveitar o trabalho na especialidade na Assembleia da República para contrariar o que disse que faria em nome do PS", salientou.

Montenegro disse acreditar "na palavra dos principais responsáveis políticos, aqueles que ainda por cima têm responsabilidades acrescidas".

O líder social-democrata disse achar que os políticos devem "respeito uns aos outros" e que o secretário-geral do PS "tomou a decisão que entendeu mais correta" ao anunciar a viabilização do Orçamento do Estado.

"Tomou-a consciente, com sentido de responsabilidade, como já tive ocasião de assinalar, e naturalmente será consistente com isso", disse.

O presidente do PSD disse que chega a este congresso "tranquilo" e pediu que não se crie "esse tipo de perturbação", depois de questionado sobre eventuais mudanças do Orçamento durante o processo na especialidade, e designadamente uma eventual queda do IRC, qualificada como "trave-mestra" do documento.

"A grande trave-mestra deste Orçamento é uma coisa de que se fala pouco: é que é o primeiro orçamento, desde que há memória, que não soube um único imposto. Desce muito e mantém outros", disse.

Nestas declarações aos jornalistas, Montenegro foi ainda questionado se considera que o facto de o secretário-geral do PS ter anunciado o seu sentido de voto na véspera do Congresso do PSD visou condicionar a reunião magna social-democrata.

O presidente do PSD respondeu que, "houvesse ou não congresso, os partidos têm de se posicionar face ao Orçamento do Estado, escolhem cada um o seu 'timing' e a sua forma".

"Nós, no congresso, fazemos um balanço do trabalho que fizemos e projetamos o trabalho que queremos fazer e isso é indiferente ao que acontece com as outras forças políticas do ponto de vista do essencial. Obviamente que a realidade política é sempre ajustada porque nós não estamos na arena política sozinhos", afirmou, apesar de salientar que não alterou o seu discurso no Congresso após ter conhecido a postura do PS sobre o Orçamento do Estado.

"Eu não tenho nenhum problema em assumir que sabia há muito tempo o que havia de dizer e tenho de dizer, no início e no fim deste congresso", disse, rejeitando também ter dado indicações para que se amenizassem as críticas ao PS durante este congresso.

"Eu não, eu não dou orientações dessas. O PSD é um partido livre, plural, onde cada um diz em cada tempo aquilo que pensa", frisou.

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