Schaeuble: Participação de privados na ajuda à Grécia tem de ser voluntária
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, diz que a participação dos investidores privados na ajuda à Grécia só é legal se corresponder à vontade dos privados.
“Não podemos alterar retroactivamente as condições do sob as quais as obrigações foram emitidas”, disse Schaeuble em artigo enviado à Bloomberg por e-mail. “É por isso que a participação deve ser voluntária”, acrescenta o ministro.
As declarações do ministro das Finanças alemão vêm em linha com declarações da chanceler alemã, Ângela Merkel, e indiciam que poderão ser dados incentivos aos privados para que participem na ajuda. A 17 de Junho Ângela Merkel rejeitou a reivindicação de que se obrigasse os privados a suportarem uma parte "substancial" da ajuda à Grécia.
Os analistas de banca e os grupos de “lobby” bancários alemães têm argumentado que a entrega de garantias pelo Governo alemão, nos empréstimos à Grécia, pode ser um incentivo importante à participação dos privados nas ajudas à Grécia.
“Creio que se o pacote completo for o correcto – e isso requer um conjunto de condições – então os investidores privados irão participar”, disse hoje o director da Associação de Bancos Alemães, Michael Kemmer, em entrevista à rádio citada pela Bloomberg. “È compreensível que têm de ser dados incentivos”.
O banco de investimento Nomura diz que a entrega de garantias da Alemanha aos investidores pode ser uma boa solução. “O refinanciamente voluntário da dívida seria muito melhor do que obrigações gregas” já que seria “muito positivo por ser aquilo que mais se aproxima de uma solução durável para o problema”, disse uma nota de analistas do Nomura.
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