Vítor Constâncio ganhou 180 mil euros em sete meses no BCE
Remunerações na Comissão Executiva do BCE subiram 2% em 2010 face ao ano anterior. O seu presidente, Jean-Claude Trichet, ganhou 387 mil euros, quase o mesmo do que o CEO do PSI-20 pior remunerado no ano passado. Constâncio arrecadou 180 mil euros por sete meses de trabalho.
Na rubrica “custos com pessoal”, do Relatório Anual do BCE, é possível verificar que o antigo governador do Banco de Portugal auferiu como vencimento base 183.918 euros de Junho a Dezembro de 2010. O valor não tem base de comparação, já que Constâncio era governador da autoridade nacional no período homólogo e não esteve todo o ano no cargo europeu.
Em Portugal, no ano de 2007, quando se tornaram públicas pela primeira vez as remunerações dos administradores do Banco de Portugal, o salário anual de Vítor Constâncio era de 250 mil euros.
Ao salário-base acrescem subsídios de residência e de representação para todos os membros da Comissão Executiva do BCE. Segundo o Relatório Anual da instituição, estes têm “direito a abono de lar, abono por filho a cargo e abono escolar, dependendo das respectivas circunstâncias pessoais”.
Os vencimentos base estão sujeitos a um imposto, “que reverte em benefício da União Europeia”, e ainda a deduções para o regime de pensões e seguros de saúde e de acidentes.
No seu todo, as remunerações da Comissão Executiva do BCE aumentaram 2% face a 2009. Nesse ano, os seis membros tinham recebido 1.699.980 euros, ao passo que, nos 12 meses seguintes, o valor subiu para 1.734.063 euros. A actualização de 2% é ligeiramente superior à inflação de 1,6% registada na Zona Euro no mesmo período.
Um crescimento de 2% foi também a evolução sentida no salário base do presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, que passou a receber 367.863 euros, acima dos 360.612 euros auferidos em 2009. O líder da autoridade monetária tem ainda direito a uma residência oficial em vez do subsídio de residência.
O seu vencimento fica próximo do dos CEO do PSI-20 pior remunerados no ano passado e longe dos 1,4 milhões de euros recebidos por Zeinal Bava, administrador da PT e o melhor pago entre as empresas cotadas que integram o principal índice da bolsa portuguesa.
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