Nuno Crato: "Se for necessário" alunos poderão ter menos aulas

Com o objectivo de melhorar a qualidade do ensino público português, os alunos poderão vir a ter menos horas de aulas, como assinala a proposta curricular do ministério da Educação. Uma proposta que não tinha de ser feita com a colaboração dos sindicatos, na opinião de Crato.
Diogo Cavaleiro 14 de Dezembro de 2011 às 22:01

Respondendo a Mário Crespo, Crato indicou que não interessam os resultados fictícios mas sim os resultados reais. “Não interessa o tempo que se passa na escola, mas o que se aprende na escola”, comentou o político.

Ainda assim, o ministro da Educação e do Ensino Superior considera que a redução do número de aulas leccionadas no terceiro ciclo do ensino básico é “ligeira”. “Não é significativo”, disse Crato referindo-se à proposta de revisão curricular que o ministério apresentou esta semana.

PUB

No 7º ano de escolaridade não há nenhuma alteração na globalidade do horário lectivo, mas os alunos do 8º já terão menos um bloco de 45 minutos, sendo que no 9º ano essa diminuição passa a quatro blocos de 45 minutos por semana. No secundário, os alunos do 12º ano poderão ter menos de seis blocos de 45 minutos por semana, como avançou hoje o Negócios, mas o ministro não referiu este ano.

Para Nuno Crato, o importante para a educação do país é que os alunos pensem. “Mas para pensarem, têm de ter o mínimo de conhecimento”, disse. “Como vão pensar na crise europeia, se não conhecem os limites da Europa?”, exemplificou na entrevista.

Depois desta reestruração dos horários escolares agora levada a cabo, o ministério que tutela a rede escolar irá proceder a uma melhoria da estruturação das matérias.

PUB

“Não implica mexer nos programas nem fazer novos manuais”, alertou Nuno Crato, dizendo que o que estará em causa será o estabelecimento de metas concretas para as aprendizagens dos alunos que não estejam só inscritas em competências gerais.

Sindicatos não tinham de ser ouvidos na proposta

Na entrevista à SIC, Nuno Crato falou ainda na postura dos sindicatos quando criticaram o facto de o ministério não ter pedido a sua colaboração para definir a revisão curricular. Crato considera que não se definiu esta proposta com base em interesses corporativos mas sim para melhor aproveitar o tempo dos alunos na escola. Salientou, contudo, que os sindicatos foram os primeiros a conhecer as propostas do ministério e que tem total abertura para os ouvir.

PUB

Nuno Crato deixou, no entanto, uma mensagem: “Quem dita o que vai acontecer, terá de ser o ministério, ouvindo sobretudo os que mais sabem do assunto, que são os directores de escola e os professores”.

Saber mais sobre...
Saber mais Nuno Crato Educação
Pub
Pub
Pub