Preços do petróleo caem quase 2%. Em Wall Street a Oracle afunda 15%
Oracle afunda 15% e pressiona Wall Street depois de corte da Fed
Bolsas europeias seguem no verde. Tecnologia tenta tombar otimismo
Juros agravam-se na Zona Euro. EUA com alívio
Cautela da Fed impede ganhos no dólar
Ouro escorrega após Fed cortar juros. Prata com novo recorde histórico
Petróleo em queda mesmo com apreensão de petroleiro venezuelano e ataques ucranianos
Preços do petróleo recuam mais de 1%. "Traders" aguardam por desenvolvimentos nas negociações de paz com a Ucrânia
Os preços do petróleo negoceiam com perdas de mais de 1% esta tarde, enquanto os investidores se focam nas negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia.
O WTI - de referência para os EUA – cai 1,85% para os 57,38 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a perder 1,75% para os 61,12 dólares por barril.
A queda nos preços do crude surge depois de ambos os índices de referência terem fechado em alta no dia anterior, depois de os EUA terem apreendido um petroleiro ao largo da costa venezuelana, à medida que as tensões entre os dois países alimentam preocupações com possíveis interrupções no abastecimento de “ouro negro”.
Ainda assim, os “traders” estão agora mais focados nos desenvolvimentos das negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia. Os líderes do Reino Unido, França e Alemanha tiveram uma conversa telefónica com o Presidente norte-americano, Donald Trump, para discutir os mais recentes avanços para acabar com a guerra na Ucrânia.
Nesta linha, drones ucranianos atacaram pela primeira vez uma plataforma petrolífera russa no Mar Cáspio, de acordo com uma fonte dos Serviço de Segurança da Ucrânia citada pela Reuters.
Noutra nota, a Agência Internacional de Energia (AIE) atualizou as suas previsões de crescimento da procura global de petróleo para 2026, ao mesmo tempo que reduziu as suas previsões de crescimento da oferta de crude, dados presentes no último relatório mensal divulgado pela AIE sobre o mercado petrolífero, que aponta para um excedente ligeiramente menor do que anteriormente esperado no próximo ano.
Oracle afunda 15% e pressiona Wall Street depois de corte da Fed
Os principais índices norte-americanos negoceiam com uma maioria de perdas esta tarde, depois de a Reserva Federal (Fed) ter ontem anunciado uma nova flexibilização da política monetária em 25 pontos-base. Apesar de ter terminado a sessão de ontem em alta e perto de novos máximos, Wall Street segue pressionado pela forte queda de 15% da Oracle no pré-mercado – depois de a empresa ter ontem apresentado resultados. A esta hora, a cotada fundada por Larry Ellison recua mais de 15%.
O “benchmark” S&P 500 recua 0,44%, para os 6.856,59. Já o Nasdaq Composite perde 0,78% para os 23.470,34 pontos. O Dow Jones, por sua vez, segue a tendência inversa e valoriza 0,28% para os 48.193,94.
Os resultados da Oracle trouxeram de volta preocupações com uma possível sobreavaliação das empresas ligadas à área da inteligência artificial (IA), reavivando receios que foram responsáveis por uma forte volatilidade dos índices em novembro.
"Os mercados ficaram muito mais cautelosos com os gastos relacionados à IA, o que contrasta fortemente com meados de 2025, quando qualquer indício de aumento nos gastos gerava entusiasmo”, disse à Bloomberg Susana Cruz, da Panmure Liberum. “A Oracle tem sido o elo mais fraco em tudo isto, em grande parte porque está a financiar uma grande parte do seu investimento com dívida”, acrescenta a especialista.
Agora, os investidores aguardam pela divulgação das contas da Broadcom, que apresenta resultados esta quinta-feira após o fecho do mercado. As ações da tecnológica já subiram mais de 180% desde abril, sendo que a Bloomberg Intelligence espera resultados em linha ou ligeiramente acima das estimativas.
De resto, e no que toca à política monetária, os investidores mantêm, para já, as apostas em dois cortes de juros de 25 pontos-base em 2026, mesmo com as novas projeções da Fed a sinalizarem apenas um corte para o próximo ano, à medida que vários bancos centrais já vão apontando para o fim do ciclo de alívio da política monetária.
Entre os movimentos do mercado, a Coca-Cola segue a avançar ligeiros 0,21%, depois de a empresa ter anunciado que o diretor executivo James Quincey irá deixar o cargo e será substituído no final de março por Henrique Braun, atual diretor de operações da gigante.
Quanto às "big tech”, a Nvidia cede 2,42%, a Meta recua 1,09%, a Apple perde 0,16%, a Alphabet desvaloriza 0,14%, a Amazon subtrai 0,43% e a Microsoft desliza 0,047%.
Bolsas europeias seguem no verde. Tecnologia tenta tombar otimismo
As bolsas europeias seguem a sua independência, depois da Reserva Federal (Fed) dos EUA se mostrar mais cautelosa na descida das taxas de juro, e estão a registar ganhos. O nervosismo que se sente do outro lado do Atlântico parece não contagiar as praças da Europa, mesmo que algumas tecnológicas estejam a derrubar o otimismo.
Às 09:50 horas, o Stoxx 600, o índice de referência europeu, avança 0,07% para os 578,59 pontos.
Já nas praças, o alemão DAX avança 0,05%, o espanhol IBEX sobe 0,05%, o francês CAC-40 cresce 0,47%, o italiano soma 0,07%, o britânico FTSE soma 0,10% e o italiano FTSEMIB avança 0,07%.
Algumas ações europeias parecem estar a ser contagiadas por algum negativismo que se vive no setor das tecnologias nos EUA, especialmente depois da Oracle revelar que as vendas de "cloud" foram fracas e que os gastos relacionados com inteligência artificial dispararam no último trimestre. A SAP, negociada no DAX, segue a perder 2,37% para 205,90 euros, em contágio com o ambiente dos EUA.
No passado mês de novembro, alguns investidores mostraram-se preocupados em relação a uma potencial bolha tecnológica com origem nos Estados Unidos, mas esta descida do setor tecnológico - cuja queda é de 0,38% para 841,73 pontos - parece não ser suficiente para contagiar todas as negociações dos investidores.
Juros agravam-se na Zona Euro. EUA com alívio
Os juros das dívidas da Zona Euro estão a seguir com agravamento na sessão desta quinta-feira, um sentimento que se tem vindo a registar, depois de Isabel Schnabel, do Banco Central Europeu (BCE), sinalizar para uma potencial subida das taxas de juros no final do próximo ano e numa altura em que é possível que o crescimento do PIB da Zona Euro seja revisto em alta pela autoridade económica.
Os juros das "Bunds" alemãs a 10 anos, que servem de referência para a região, avançam 0,9 pontos base para 2,857%. Por sua vez, as "yields" francesas com a mesma maturidade sobem 1,1 pontos para 3,577%, enquanto os juros italianos são os que mais se agravam, na ordem dos 1,4 pontos para 3,559%.
Em Portugal, os juros das obrigações a 10 anos agravam-se em 0,5 pontos para 3,176%, enquanto em Espanha somam 0,9% para 3,318%.
No Reino Unido, os juros estão a aliviar 1,3 pontos para 4,491%, a mesma rota que se verifica na Suíça, com um alívio de 1,6 pontos para 0,201%. O mesmo se observa nos EUA, com os juros a recuar 1,6 pontos para 4,131%.
Cautela da Fed impede ganhos no dólar
O dólar está a negociar no "vermelho", depois da Reserva Federal (Fed) dos EUA ter optado por uma posição "dovish" em relação ao corte das taxas de juros. A falta de decisão unânime entre os membros do Comité também impactou as projeções do próximo ano, esperando-se menos flexibilidade.
O índice do dólar da Bloomberg, que mede a força da "nota verde" face aos seus principais concorrentes, cede 0,19% para 98,59 pontos.
A esta hora, o euro avança 0,09% para 1,1705 dólares, enquanto a libra perde 0,07% para 1,3376 dólares. Já o dólar perde 0,12% para 155,83 ienes.
Apesar da decisão da Fed, com os investidores a apostarem numa política mais agressiva, a queda do dólar foi contida devido ao clima generalizado de aversão ao risco que os mercados estão a sentir, nomeadamente com os investidores a desfazerem-se de ativos como ações e criptomoedas.
Esta aversão ajudou a impedir uma quebra maior da moeda dos EUA, considerada um porto seguro para os investidores. "Mesmo com uma perspectiva mais cautelosa da Fed, o mercado ainda está a processar o excesso de alavancagem de outubro, pelo que as reações aos sinais macroeconómicos são mais lentas do que o normal", explicou Gracie Lin, CEO da OKX Singapura, sobre a queda das criptomoedas, à Reuters.
As declarações do presidente da Fed, Jerome Powell, em conferência de imprensa deu ainda alguma confiança aos investidores para apostar na queda do dólar, havendo dúvidas sobre se há margem para apenas um corte nas taxas de juro ou se é possível chegar aos dois cortes. "Ainda vemos espaço para cortes nas taxas de juros em 2026, especialmente se o mercado de trabalho se mostrar mais fraco do que o previsto pelo Fed", adianta Tai Hui, analista da JP Morgan Asset Management para a Ásia-Pacífico.
Ouro escorrega após Fed cortar juros. Prata com novo recorde histórico
Os preços do ouro estão a iniciar as negociações desta quinta-feira com perdas, depois da Fed ficar dividida no ritmo da decisão de política monetária e apresentar um corte das taxas de juros de 25 pontos-base. Em simultâneo, a prata está a atingir um novo recorde.
O metal amarelo está a recuar 0,30%, para 4.215,96 dólares por onça. O "bullion" voltou a tocar em máximos na sessão de 5 de dezembro, e agora apresenta um recuo.
Apesar de se tratar do terceiro corte deste ano e do sexto desde o início do ciclo de alívio dos juros, que se iniciou em setembro de 2024, a decisão do Comité Federal do Mercado Aberto não foi unânime, o que provocou algum desconforto aos investidores.
Com uma divisão, em que nove membros votaram a favor e três num sentido diferente, os investidores estão agora incertos em relação ao ritmo do alívio do próximo ano. "O ouro não conseguiu dar a volta, porque a mensagem da Fed foi que qualquer corte adicional nas taxas de juros seriam raros", apontou o analista KCM Trade à Reuters.
Em sentido contrário está a prata. O metal prateado está a ganhar 0,42% para 62,11 dólares por onça, depois de ter atingido um recorde de 62,88 dólares no início da sessão de hoje.
Esta subida fez com que a prata elevasse os ganhos desde janeiro para 113%, estando a sua procura a ser impulsionada pela indústria, a quebra dos "stocks" e a inclusão na lista de minerais críticos dos Estados Unidos.
"A prata não tem sido influenciada por fatores externos e está a valorizar-se por conta própria. Não há nada que sugira que a prata vá reverter sua tendência", apontou Ilya Spivak, responsável de macroeconomia global da Tastylive, à Reuters.
Petróleo em queda mesmo com apreensão de petroleiro venezuelano e ataques ucranianos
Os preços do barril de petróleo estão em queda nesta quinta-feira de manhã, num dia que está a ser marcado por algum nervosismo dos investidores, sustentado nos últimos desenvolvimentos de países com produção petrolífera.
Em destaque está a apreensão de um petroleiro venezuelano por parte dos EUA, o que está a fazer aumentar a tensão entre os países do continente americano. Donald Trump continua sem descartar por completo uma invasão terrestre na Venezuela, um dos principais produtores de petróleo, e este novo episódio está a contribuir para os receios de um novo conflito.
"Até agora a apreensão não teve impacto no mercado, mas uma escalada adicional irá impor uma forte volatilidade nos preços do crude", comenta Emril Jamil, analista de petróleo na LSET, citado pela Reuters.
A Bloomberg avança também que a Ucrânia fez novos ataques a infraestruturas russas. Em causa estão ataques feitos por drones ucranianos a uma plataforma de produção de crude "off shore", em Filanovsky, que pertence à petrolífera Lukoil. "O mercado continua em suspenso, atento aos avanços no acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia", sublinha ainda Emril Jamil.
Neste contexto, às 07:50 horas o preço do Brent, o índice de referência para a Europa, negociava nos 61,82 dólares por barril, o que representa uma descida de 0,63%. Já o West Texas Intermediate (WTI), a referência americana, negoceia nos 58,10 dólares, uma descida de 0,62%.
No global, prevalece ainda um sentimento positivo relacionado com o corte da taxa de juro diretora por parte da Reserva Federal (Fed) dos EUA. Taxas mais baixas ajudam a reduzir os custos dos empréstimos, o que por sua vez contribui para um crescimento económico e consequente maior procura por combustíveis.
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