Schulz quer ministério das Finanças para formar governo com Merkel
Após 12 anos na chancelaria alemã, na próxima legislatura Angela Merkel poderá ter de chefiar, pela primeira vez, um governo em que o ministro das Finanças não pertencerá à CDU. O jornal alemão Handelsblatt noticiou este domingo que o líder do SPD, Martin Schulz, pretende assegurar a tutela das Finanças germânicas ficam na tutela dos social-democratas.
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Esta será, para já, a primordial exigência feita por Martin Schulz como contrapartida para integrar um novo governo de coligação com a aliança democrata-cristã CDU/CSU. Nos dois governos de coligação com o SPD (2005-09 e 2013-17) e no executivo com os liberais (FDP, 2009-13), o ministro das Finanças pertenceu sempre à CDU.
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Nos últimos oito anos foi o todo-poderoso Wolfgang Schäuble o titular da pasta, que entretanto abandonou para presidir ao Bundestag (câmara baixa do parlamento germânico). Actualmente, é Peter Altmaier, até aqui chefe de gabinete da chanceler, o ministro alemão das Finanças no executivo ainda em gestão.
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Neste período, as Finanças assumiram um papel preponderante nos governos de Merkel, o que também se ficou a dever ao peso político e institucional de Schäuble, que apostou em políticas de contenção orçamental e também induziu a sua adopção na Zona Euro.
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A notícia avançada pelo Handelsblatt surge depois de, na passada sexta-feira, a direcção do SPD ter dado luz verde ao início de conversas exploratórias com vista à eventual reedição da grande coligação e ao desbloqueio do impasse político resultante das eleições federais de Setembro e posterior fracasso das negociações para a coligação Jamaica (CDU/CSU-Liberais-Verdes).
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Uma e
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Assegurar a pasta-chave das Finanças seria determinante para os objectivos dos social-democratas, não apenas no que concerne à intenção de reforço das políticas sociais, mas também no plano externo, já que Schulz acompanha o essencial da reforma da União Europeia proposta por Macron. Schulz, contrário às políticas de austeridade promovidas por Schäuble e que já avisou que não integrará nenhum governo para prosseguir o rumo até aqui seguido, propõe mesmo a criação dos Estados Unidos da Europa.
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A agência Reuters escreve que na próxima quarta-feira os líderes do SPD (Schulz), da CDU (Merkel) e da CSU (partido-irmão bávaro da CDU, chefiado por Horst Seehofer) deverão reunir-se para definir o calendário formal para as conversações exploratórias, que não terão início antes do início de Janeiro.
Só depois, entre meados e finais de Janeiro, é que as três forças políticas iniciarão negociações oficiais, o que atira para Março, no melhor dos cenários, ou para Maio, no pior, a hipótese de concretizar uma nova grande coligação.
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