BCE é legislador, patrão e previdência ao mesmo tempo
O BCE defende que decide com equilíbrio e que está empenhado em envolver os funcionários. Mas estes queixam-se de que não têm influência numa instituição que além de fazer a sua própria lei laboral, é patrão e autoridade de fiscalização.
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A instituição que decide quanto dinheiro circula nas artérias do sistema financeiro da Zona Euro, que bancos reúnem ou não condições para acederem a euros do banco central, que influencia políticas e percepções em vários países da Zona Euro e que, desde o ano passado, também supervisiona directamente os grandes bancos da união goza de total independência face aos vários governos. Mas a sua não se esgota nas políticas monetária e de supervisão. Essa é também a regra na definição das condições de trabalho: o BCE cria as suas próprias leis laborais (tendo-se excluindo ao enquadramento legal usado pela demais instituições da UE), aplica-as e fiscaliza-as. Os trabalhadores não estão a gostar, como mostraram numa inédita audição conjunta com representantes da administração do BCE que decorreu no final de Outubro no Parlamento Europeu.
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